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Há cinco dias sem fornecimento de energia, moradores de Duque de Caxias (RJ) reclamam da Enel

Prestação de serviço intermitente prejudica afazeres domésticos e o trabalho de quem depende de luz em casa

Brasil de Fato | Rio de Janeiro (RJ) |
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Sem eletricidade para fazer bombas funcionarem, latões recolhem água da chuva; Solange reclama da falta de luz - Arquivo Pessoal

Moradores da rua Itapecerica, no bairro Parque Bom Retiro, em Duque de Caxias, na Baixada Fluminense, estão se queixando das sucessivas e frequentes quedas no fornecimento de energia elétrica. O serviço na região é prestado pela concessionária Enel, que atende a mais de 60 municípios do estado do Rio e fornece energia também para outros estados brasileiros.

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Líder comunitária, a moradora Solange de Rezende Pereira contou ao Brasil de Fato que há cinco dias fica sem eletricidade na parte da tarde e noite. Segundo ela, o fornecimento é retomado pela manhã e volta a ser interrompido no horário da tarde. A prestação de serviço intermitente prejudica os afazeres domésticos e o trabalho de quem depende da energia em casa.

"Trabalho com eventos, fazendo comida. Meu sobrinho tem uma barbearia aqui na rua e está sendo prejudicado. Sem trabalhar ele não ganha dinheiro. Como é que vai cortar cabelo no escuro? E não somos só nós, o povo aqui está indignado. Temos um vizinho de 90 anos que acabou de sair do hospital e não tem luz em casa", queixa-se Solange.

A reportagem questionou a Enel nesta sexta-feira (20), quinto dia de intermitência no fornecimento de energia para os moradores do Bom Retiro, sobre a ocorrência. Por meio da assessoria de imprensa, a concessionária informou que estava tentando identificar o problema, mas que "não consta no momento chamado em aberto nesta rua e nos arredores".

"A Enel Distribuição Rio informa que não consta neste momento chamado em aberto na região e enviará uma equipe ao local para verificar a situação assim que for registrada em seus canais a ocorrência de falta de energia", diz a nota da concessionária.

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Mas segundo Solange, a resposta da empresa não procede. "É claro que ligamos, e ligamos várias vezes. A atendente da Enel puxou a informação quando liguei agora pela última vez. E não fui só eu, tem muita reclamação nossa, dos moradores. Ligamos mais de 15 vez desde quando começou a faltar luz", esclareceu a líder comunitária.

Histórico

Em março do ano passado, o Procon do Rio de Janeiro (Procon-RJ) instaurou processo administrativo para apurar denúncias feitas por consumidores de diversos municípios. O Procon-RJ multou a Enel em R$ 2,2 milhões por interrupções no fornecimento de energia e oscilações sucessivas no município de Casimiro de Abreu e que, segundo o Procon, "demonstram que a empresa não fornece serviço adequado, violando os direitos dos consumidores".

Em junho, o mau atendimento nas lojas da concessionária foi alvo de uma audiência pública realizada pela Comissão de Trabalho e Serviços Públicos da Câmara Federal, na sede da Assembleia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro (Alerj). 

Em maio, o Brasil de Fato denunciou os ganhos das distribuidoras de energia, como é o caso da Enel. A concessionária teve a autorização para reajustar a tarifa em 17,39%. Além do aumento, clientes alegam cobranças abusivas recorrentes da empresa. 

"Não estamos pedindo nada que não seja nosso direito. A pia está cheia de louça, tem muito mosquito no bairro, a gente depende da luz para ligar a bomba d'água e ter água limpa em casa. A geladeira já está com carne estragando. Só queremos que o serviço melhore", completou Solange.

Edição: Mariana Pitasse