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Nomeado por Tarcísio, irmão de Michelle ganhou R$ 368 mil em cargos durante governo Bolsonaro

Diego Torres Dourado trabalhou no Ministério da Defesa e como assessor no Senado, em mandato de aliado de Bolsonaro

Brasil de Fato | São Paulo (SP) |

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Diego Torres Dourado e sua irmã, a ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro - Foto: Reprodução/Instagram

O governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Repubicanos), nomeou na última quarta-feira (10) o ex-soldado da Força Aérea Brasileira (FAB) Diego Torres Dourado, irmão da ex-primeira dama Michelle Bolsonaro, para o cargo de assessor especial de seu governo, com salário previsto de R$ 21,5 mil.

Desde que o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) assumiu a presidência, em janeiro de 2019, Dourado tem pulado de cargos públicos, sempre no círculo da família ou aliados políticos do cunhado. Neste período, recebeu R$ 368 mil em salários.

Entre 6 de junho de 2019 e 29 de março de 2021, Dourado trabalhou como assessor técnico da Chefia de Operações Conjuntas do Ministério da Defesa, onde recebia um salário de R$ 5,6 mil. Ao final do período, seus vencimentos somaram R$ 125 mil. O caso foi revelado pelo Brasil de Fato, em 16 de janeiro de 2021.

A Chefia de Operações Conjuntas é responsável, segundo o site do Ministério da Defesa, pelo "emprego conjunto das Forças Armadas em operações reais, de paz, de ajuda e desminagem humanitárias, de defesa civil e em atividades subsidiárias", além da "criação, planejamento e coordenação das atividades relacionadas aos destacamentos de segurança de representações diplomáticas brasileiras no exterior, quando compostos, exclusivamente, por militares das Forças Armadas brasileiras."

Em 2008, o Supremo Tribunal Federal (STF) proibiu a indicação de parentes até o terceiro grau para cargos públicos. A determinação foi publicada em uma série de decisões que resultaram na Súmula Vinculante nº 13.

Em 29 de março de 2021, o irmão de Michelle Bolsonaro já foi nomeado assistente parlamentar intermediário da primeira secretaria da Mesa Diretora do Senado Federal, chefiada pelo senador Irajá Abreu (PSD-TO), aliado de Jair Bolsonaro, com o salário de R$ 13,5 mil.

De acordo com o regimento do Senado, a função ocupada por Dourado realiza "atividades relacionadas ao desenvolvimento das atribuições do órgão a que estiver vinculado, sob orientação do titular da unidade, incluindo a análise de dados e processos, redação de minutas e conferência de informações a serem submetidas à autoridade superior."

Diego Torres Dourado foi exonerado no dia 4 de outubro de 2022, após 18 meses de sua nomeação. Ao todo, recebeu R$ 243 mil durante o período em que ocupou o cargo de assistente do senador Irajá Abreu.

Edição: Nicolau Soares