Os manifestantes que acamparam por 60 dias em frente ao Comando Militar do Leste, na Praça Duque de Caxias, no centro do Rio de Janeiro, deixaram para trás 22,4 toneladas de lixo. O balanço foi divulgado nesta quarta-feira (11) pela prefeitura da capital fluminense, após a ação dos garis da Comlurb.
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A Companhia fez o serviço por solicitação do Comando, uma vez que a área é de responsabilidade do Exército Brasileiro. O Comando só acionou a Comlurb depois que os militares concluíram a primeira desmontagem no final da noite da última terça-feira (10), por determinação do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF).
Segundo a Comlurb, os serviços incluíram remoção mecanizada, lavagem hidráulica e varredura manual. A equipe, formada por 23 garis, dois supervisores, um operador e dez motoristas, trabalhou com o apoio de uma pá carregadeira, dois caminhões compactadores e cinco basculantes. Foram necessárias 17 viagens para concluir a coleta do material.
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Para finalizar, foi feita limpeza hidráulica com água de reuso e detergente, usando dois caminhões pipa e uma van moto bomba, tendo sido gastos 25.200 litros de água de reuso.
Movimento antidemocrático
Segundo informações do portal G1, o grupo saiu do acampamento, mas deixou para trás roupas, mobiliário e detritos. Pallets (estruturas de madeira) sobre os quais as barracas foram erguidas também ficaram empilhados.
No processo de desocupação, ainda segundo o portal de notícias, enquanto retiravam bandeiras e faixas com dizeres antidemocráticos, bolsonaristas xingavam e ameaçavam jornalistas da TV Globo. Um fotógrafo chegou a ser agredido. Ninguém foi preso.
O grupo pedia um golpe de Estado às Forças Armadas, por não aceitar a vitória do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). A desmobilização dos acampamentos golpistas foi determinada depois de um domingo de ataques classificados como terroristas às sedes do Executivo, Legislativo e Judiciário, na Praça dos Três Poderes.
Edição: Eduardo Miranda