Após o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) determinar “a desocupação e dissolução total, em 24 horas, dos acampamentos realizados nas imediações dos Quartéis Generais e outras unidades militares para a prática de atos antidemocráticos", bolsonaristas, acampados na Praça Duque de Caxias, onde está localizado o Comando Militar do Leste (CML), na região central da cidade do Rio de Janeiro, começaram a desmontar o acampamento no meio da manhã desta segunda-feira (9). A base estava montada desde meados de novembro.
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O desmonte da base de apoiadores de Bolsonaro ocorre após o prefeito da cidade do Rio de Janeiro, Eduardo Paes (PSD), anunciar que atuará em colaboração com o Exército e a Polícia Militar para desmontar o acampamento bolsonarista na Praça Duque de Caxias.
“Até a noite de hoje [9] a prefeitura do Rio irá, em colaboração com o Exército e com a polícia militar, promover a retirada de todos os objetos e barracas que ocupam o espaço público tomado por manifestantes que atentam contra a democracia na praça Duque de Caxias”, escreveu o chefe do município em uma rede social.
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Paes publicou um decreto em edição extra do Diário Oficial na manhã desta segunda-feira (9) suspendeu férias e licenças de agentes da Guarda Municipal para atuarem na garantia da ordem democrática e constitucional dentro da cidade do Rio.
MPF
No último domingo (8), o Ministério Público Federal (MPF), através da Procuradoria Regional dos Direitos do Cidadão (PRDC), solicitou ao Exército que tome providência "imediata" para desmanchar o acampamento em frente ao CML.
"Requisito a Vossa Excelência que adote imediatamente todas as providências necessárias para promover a desocupação do acampamento situado em área contígua ao prédio desse comando, inclusive mediante auxílio da Polícia Militar e outras forças de segurança, informando, no prazo máximo de 12 horas, o resultado de tais medidas", diz o ofício assinado pelo procurador Regional dos Direitos do Cidadão, Júlio José Araújo Júnior.
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No documento, endereçado ao general André Luís Novaes de Miranda, do Comando Militar do Leste, o procurador cita a possibilidade de "novas manifestações golpistas" depois dos atos terroristas que ocorreram em Brasília.
Já o governador do Rio, Cláudio Castro (PL), reuniu o secretariado logo cedo no Centro Integrado de Comando e Controle (CICC) para discutir medidas de enfrentamento contra possíveis atos terroristas no estado. Ele pede tranquilidade à população e afirma estar com trabalho de monitoramento com as forças de segurança em prédios públicos.
“Estamos falando com o Comando Militar do Leste (CML) desde ontem [8]. Há uma recomendação do Ministério Público Federal neste sentido também. Mas aqui no Rio é diferente, pois eles não estão em uma via pública, mas em um espaço dentro do CML. Então estamos conversando para que a decisão seja cumprida”, alegou Castro.
*Com informações do G1
Edição: Jaqueline Deister