Fernanda Chaves, ex-assessora da vereadora Marielle Franco e única sobrevivente no atentado contra a parlamentar ocorrido em março de 2018 na região central do Rio de Janeiro, foi recebida na última quarta-feira (4) pelo Ministério da Justiça, após ter sido convidada para uma reunião com assessores da pasta pelo ministro Flávio Dino.
"O novo governo deixou claro que tem interesse real na elucidação do crime. Pela primeira vez, senti um sopro de esperança. É papel do Estado ouvir as pessoas envolvidas neste caso. Isso não aconteceu nos últimos quatro anos", disse Fernanda, ao colunista do Globo Bernardo Mello Franco, referindo-se ao governo de Jair Bolsonaro.
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Segundo a ex-assessora, o encontro com Dino, o secretário executivo Ricardo Cappelli e o secretário nacional de Segurança Pública, Danilo Cabral, foi "muito bom".
"Eles não tinham muita noção dos detalhes e pormenores do caso. E ficaram chocados ao saber que nenhum delegado me ouviu desde o Giniton Lages", contou Fernanda. Lages foi afastado do caso em março de 2019, no início do governo de Wilson Witzel e, desde então, outros quatro delegados estiveram à frente do inquérito.
No início da semana, a irmã de Marielle e agora ministra da Igualdade Racial, Anielle Franco, sinalizou apoio à ideia do ministro Flávio Dino de federalizar o caso. As mortes de Marielle e do motorista Anderson Gomes completarão cinco anos no próximo 14 de março.
"Ainda não paramos para conversar sobre a decisão final da família, mas acho que [a troca de governo] muda um pouco [a posição da família] também. Sei que tem que ter imparcialidade, mas ter também o apoio de um ministro que apoia, senta e pode conversar", disse Anielle, em entrevista à Globonews.
Ela afirmou que tem expectativas com o avanço das investigações, "principalmente por estarmos saindo desses quatro anos tenebrosos [de governo Bolsonaro] e acho que a esperança a gente nunca perdeu", acrescentou a ministra.
Edição: Eduardo Miranda