O terceiro mandato de Lula (PT) na Presidência da República começou no último domingo (1°) com muitos desafios para reconstruir as políticas públicas que foram desmontadas na gestão anterior. Para o novo governo, o presidente reorganizou a estrutura administrativa do Executivo e estabeleceu uma equipe de 37 ministros e ministras. Do total, 26 são homens e 11 mulheres.
Leia também: Em reunião ministerial, Lula manda recado ao agronegócio: “a força da lei imperará”
O Brasil de Fato apurou que cinco nomes escolhidos por Lula para comandar as pastas são do estado do Rio de Janeiro. São eles: Mauro Vieira, que assumiu o Ministério das Relações Exteriores; Nísia Trindade, no Ministério da Saúde; Anielle Franco, no Ministério da Igualdade Racial; Esther Dweck, no Ministério da Gestão e Inovação em Serviços Públicos e Daniela Carneiro, conhecida como "Daniela do Waguinho", no Ministério do Turismo. Confira um pequeno perfil dos ministros que são do estado do Rio:
Mauro Vieira
O diplomata que assume o Ministério das Relações Exteriores é carioca e formado em Direito pela Universidade Federal Fluminense (UFF). O novo ministro foi chanceler do governo Dilma (PT), de 2015 a 2016. Atuou como representante do Brasil nas Nações Unidas. Vieira tem 71 anos, não tem filiação partidária e estava atuando como embaixador na Croácia até ser nomeado como ministro. Em seu discurso de posse enfatizou que a principal tarefa da política externa é “reinserir o Brasil no mundo”.
Nísia Trindade
A socióloga e ex-presidente da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) tem 64 anos e é a primeira mulher a assumir o Ministério da Saúde. Trindade não tem filiação partidária e ganhou notoriedade durante a pandemia de covid-19 quando coordenou ações de enfrentamento ao coronavírus no Brasil.
Entre as ações estão a coordenação de todo o acordo de encomenda tecnológica entre a Universidade de Oxford e a farmacêutica AstraZeneca para a produção de vacinas contra a covid-19 no Brasil e a criação do Observatório Covid-19, rede transdisciplinar que realiza pesquisas e sistematiza dados epidemiológicos; monitora e divulga informações, para subsidiar políticas públicas, sobre a circulação do vírus e seus impactos sociais em diferentes regiões no Brasil.
Trindade é doutora em Sociologia, mestre em Ciência Política, pelo Instituto Universitário de Pesquisas do Rio de Janeiro (Iuperj - atual Iesp) e graduada em Ciências Sociais pela Universidade do Estado do Rio de Janeiro (Uerj).
Anielle Franco
Anielle tem 37 anos é graduada em Inglês e Literaturas pela Universidade do Estado do Rio de Janeiro (Uerj), em Jornalismo e em Inglês pela universidade estadual de Carolina do Norte. Também é mestra em Relações Étnico-Raciais pelo Centro Federal de Educação Tecnológica Celso Suckow da Fonseca (Cefet/RJ).
Após o assassinato da sua irmã, Marielle Franco, em 2018, Anielle, junto com a família, fundou o Instituto Marielle Franco. A Ong atua na luta por justiça para o crime, defende a memória da vereadora e promove uma série de ações para aumentar a participação de mulheres negras, pessoas LGBTQIA+ e periféricas no cenário político e social.
A ministra da Igualdade Racial é nascida no Conjunto de Favelas da Maré e filiada ao Partido dos Trabalhadores (PT). Ela foi escolhida, junto com outros três brasileiros, para participar da nova edição do programa de fortalecimento de lideranças globais, o Ford Global Fellow, da Fundação Ford. O programa fornece uma bolsa para apoiar a próxima geração de líderes mundiais.
Esther Dweck
Esther, de 44 anos, é professora de Economia da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ). Durante o governo Dilma atuou no Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão, no cargo de Chefe da Assessoria Econômica (2011-2014) e como Secretária de Orçamento Federal (2015-2016). A pesquisadora não tem filiação partidária.
Com os economistas Ana Luíza Matos de Oliveira e Pedro Linhares Rossi, a atual ministra da Gestão e Inovação em Serviços Públicos organizou o livro “Economia Pós-Pandemia: desmontando os mitos da austeridade fiscal e construindo um novo paradigma econômico” pela editora Autonomia Literária, com uma proposta desenvolvimentista para a superação da crise econômica causada pela pandemia.
Daniela Carneiro
Daniela, mais conhecida como “Daniela do Waguinho”, foi a deputada federal mais votada do Rio de Janeiro. Construiu a sua trajetória política no município de Belford Roxo, na Baixada Fluminense, onde o marido, Wagner dos Santos Carneiro, é prefeito. Em 2018 conquistou pela primeira vez uma vaga para a Câmara Federal.
Natural de Italva, no interior do estado, Daniela é evangélica, formada em pedagogia e professora do ensino infantil. Ocupou a pasta de Assistência Social de Belford Roxo e foi secretária de Educação do Rio de Janeiro. A ministra do Turismo é filiada ao União Brasil, o partido ainda não se comprometeu em apoiar o PT no Congresso.
Edição: Mariana Pitasse