Rio de Janeiro

MEIO AMBIENTE

RJ: Educação climática deve integrar currículo das escolas estaduais

Disciplina terá um caráter transversal e será adaptada a realidade local de cada unidade de ensino

Brasil de Fato | Rio de Janeiro (RJ) |
Medida prevê que atividades ultrapassem as salas de aula e estimulem a vivência dos estudantes na natureza - Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil

A rede estadual de ensino do Rio de Janeiro contará com o ensino de educação climática nas salas de aula a partir de 2023, incluindo as unidades da Fundação de Apoio à Escola Técnica (Faetec).

Leia mais: Marina derruba ato de Salles que dificulta multas, caso Marielle pode ser federalizado e mais

A medida está prevista na Lei 9.949/23, de autoria da deputada Mônica Francisco (Psol). A norma foi sancionada pelo governador Cláudio Castro e publicada em Diário Oficial Extra do Executivo de terça-feira (3).

De acordo com a nova lei, a temática de educação climática poderá ser incluída no Programa Estadual de Educação Ambiental, previsto na Lei 7.973/18. A intenção é que a educação climática seja tratada como tema transversal às disciplinas escolares.

Segundo a norma, caberá às Secretarias de Estado de Educação e de Ciência, Tecnologia e Inovação, após estudo específico, adaptar a implantação da educação ambiental nas escolas, em consonância com a realidade de cada unidade educacional e o perfil regional. 

Leia mais: O novo relatório do IPCC e o impacto humano da emergência climática

A ideia é que a educação climática não se restrinja apenas a sala de aula. A medida prevê também que o Executivo poderá realizar palestras e ciclos formativos aos profissionais de educação sobre a temática ambiental e de mudança climática. Além disso, as unidades de ensino também poderão promover palestras com especialistas no tema, bem como atividades externas e de campo, com período de vivências com a natureza, a fim de proporcionar maior contato com o meio ambiente.

“Esse projeto foi motivado pelo Manifesto Jovens pela Educação Climática - Por uma Educação Climática no Ensino Básico Brasileiro, elaborado a partir da demanda de 12 jovens de 16 a 24 anos, e já mobilizou apoio de mais de 3300 brasileiros. A proposta traz não somente a necessidade de se trabalhar o tema das mudanças climáticas dentro de sala de aula de forma transversal e interdisciplinar, mas também do estímulo à capacitação dos profissionais de educação para suprir satisfatoriamente a demanda de ensino deste conteúdo”, disse Mônica Francisco.

Veto

O governador Cláudio Castro vetou parcialmente a norma. O veto foi ao artigo segundo da medida, que determinava as temáticas a serem abordadas na educação ambiental. O artigo garantia que desenvolvimento da educação climática abrangeria temas como aquecimento global, geopolítica e clima, mudanças do clima local, sustentabilidade, biodiversidade e alterações ambientais, justiça climática e racismo ambiental, entre outros. 

"O dispositivo em questão ao pretender delimitar os temas a serem abordados no desenvolvimento da educação climática, inobservou a atuação das Secretarias de Estado de Meio Ambiente Sustentável e de Educação, responsáveis pela implantação das diretrizes a serem adotadas pelo Programa Estadual de Educação Ambiental”, justificou.
 

Edição: Jaqueline Deister