O Ministério Público do Rio de Janeiro (MP-RJ) informou que vai pedir a reabertura de um processo de estelionato contra George Santos, filho de brasileiros e eleito deputado nos Estados Unidos. O crime foi cometido em 2008, em Niterói, na região metropolitana do Rio.
Na época, a Justiça decretou a prisão preventiva de Santos, mas como ele não estava sendo localizado, o caso foi suspenso. No entanto, a suspensão do processo impede que o crime prescreva. Por isso, no próximo dia 6, n volta do recesso, o MP-RJ vai informar ao Tribunal de Justiça que o réu tem endereço fixo.
"Diante da notícia de que o réu assumirá cargo de deputado nos EUA, com paradeiro identificado, a Promotoria de Justiça Junto à 2ª Vara Criminal de Niterói informa que, após o recesso do Tribunal de Justiça, que se encerra no dia 06/01, irá peticionar no processo, informando que o réu foi eleito deputado nos EUA e que, por isso, tem endereço certo onde poderá ser citado, solicitando a expedição de carta rogatória para sua citação e andamento regular do processo", informa o MP-RJ.
Santos é acusado de gastar quase R$ 4 mil usando um talão de cheques roubado de um homem que sua mãe cuidava e um nome falso. Na época, ela trabalhava como enfermeira e morava em Niterói. Apesar de ter confessado o crime durante a investigação, ele não respondeu à intimação oficial e o caso foi suspenso em 2011.
Eleito para a Câmara dos Deputados dos Estados Unidos em novembro do ano passado, George Santos tem 34 anos e é filho de imigrantes brasileiros. Em sua campanha, ele afirmou que se formou em uma universidade americana, trabalhou em grandes bancos e fez fortuna com diversas propriedades. Mas uma reportagem de dezembro do jornal "The New York Times" revelou que nada da história contada é verdade.
Primeiro deputado declaradamente gay a ser eleito no estado de Nova York pelo partido Republicano de Donald Trump, Santos agora está sendo pressionado pela oposição nos Estados Unidos a renunciar ao cargo de deputado, depois que as mentiras vieram à tona pela imprensa.
Edição: Eduardo Miranda