ATLETA DO SÉCULO

"Rei negro" e "sinônimo de Brasil": morte de Pelé domina imprensa mundial

Rei do futebol faleceu na tarde de quinta-feira (29) após sofrer metástase de um câncer de cólon

Brasil de Fato | São Paulo (SP) |
Falecimento do Rei Pelé foi destaque na imprensa global nesta sexta-feira (30) - Isabel Infantes / AFP

Assim como fez tantas vezes em vida, ao falecer, Edson Arantes do Nascimento, o Rei Pelé, paralisou o mundo. Desde a tarde da última quinta-feira (29), quando se confirmou seu falecimento, o assunto tomou conta da imprensa internacional, com os maiores jornais do mundo dedicando boa parte de suas capas e matérias sobre o brasileiro.

O The New York Times disse que Pelé foi "a cara do futebol mundial" e "uma figura transformadora nos esportes do século 20".

O francês Le Monde se referenciou a Pelé como "a primeira estrela do futebol mundial" e atacante que "revolucionou a prática do futebol".

O portal argentino Página12 abandonou a polêmica se Maradona é melhor que Pelé e o recorda como "artilheiro incomparável,  Pelé guarda no baú de ouro da grande história do futebol a honra suprema de ser o único a ter feito o retorno olímpico a três Copas do Mundo".

O portal libanês Aljazeera também destaca o feito único de haver vencido três Copas do Mundo pela seleção brasileira (1958, 1962, 1970).descreveu Pelé como "o jogador de futebol mais talentoso que já existiu". 

A história de superação de Pelé, uma criança de origem humilde, que começou jogando futebol com uma bola improvisada com meias e latas para tornar-se o atleta do século também foi comentada pela agência de notícias Reuters. "Saiu da pobreza descalço para se tornar um dos maiores e mais conhecidos atletas da história moderna", relatou. "Era mais conhecido do que muitas estrelas de Hollywood, papas ou presidentes".

"Alcançou a excelência em um esporte criado pelos ricos que pobres como ele - que foi engraxate - abraçou e transformou em um fenômeno de massa", resenhou o jornal espanhol El País.

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O britânico The Guardian também destacou o legado social do Rei. "Edson encantou o mundo com sua genialidade no esporte, parou uma guerra, realizou trabalhos sociais pelo mundo e espalhou o que ele mais acreditava ser a cura para todos os nossos problemas: o amor", escreveram. 


O jornal inglês dedicou a maior parte da sua capa ao Rei Pelé / Reprodução

A agência alemã Deutsche Welle destacou a comoção internacional e o legado do Rei. "As críticas por omissão política se diluem em meio ao reconhecimento do legado disrruptivo no país marcado pela escravidão", escreveram. 

A agência chinesa Xinhua disse que Pelé, durante muitos anos, foi "sinônimo de Brasil" e lembrou que o craque também fez sucesso fora do campo. "Pelé compôs canções, cantou com astros da música popular brasileira e participou de diversos filmes, ora interpretando a si mesmo, ora não, como no filme "Fuga para a Vitória" com Sylvester Stallone e do qual também participou o jogador de futebol Bobby Moore", resenharam.

 

Edição: Rodrigo Durão Coelho