Os Estados Unidos devem interromper sua busca em "conter e suprimir" a China, afirmou o ministro chinês de Relações Exteriores, Wang Yi, em ligação telefônica com o secretário de Estado dos EUA, Antony Blinken, nesta sexta-feira (23). A conversa ocorre cerca de um mês após encontro dos presidentes dos dois países e em um momento de relações bilaterais tensas entre as duas maiores potências do mundo.
De acordo com o jornal South China Morning Post, o principal diplomata chinês criticou as crescentes vendas de armas estadunidenses para Taiwan e classificou esse comércio como um "desafio" que pode levar a uma "colisão frontal". As autoridades chinesas reivindicam que Taiwan é parte de seu território, enquanto os taiwaneses buscam reconhecimento como um Estado autônomo.
O território é palco de frequentes exercícios militares e a temperatura do assunto aumentou com a recente visita da presidenta da Câmara dos Estado Unidos, Nancy Pelosi, a Taiwan, em agosto.
Wang ainda elogiou o recente encontro entre o presidente chinês, Xi Jinping, e seu homólogo dos EUA, Joe Biden, durante a cúpula do G20, mas ressaltou que as relações entre os dois países está em "dificuldades"
"No entanto, deve-se ressaltar que os EUA não podem se envolver em contenção enquanto buscam diálogo, ou esfaquear enquanto discutem cooperação”, disse Wang de acordo com o South China Morning Post. "Isso não funcionou com a China no passado e não funcionará no futuro."
A Casa Branca, por sua vez, emitiu comunicado sobre a conversa telefônica em que ressaltou o episódio como uma tentativa de "manter linhas de comunicação abertas".
"[Blinken] também levantou preocupações sobre a guerra da Rússia contra a Ucrânia e as ameaças que ela representa para a segurança global e a estabilidade econômica. Eles discutiram ainda mais a situação atual do covid-19, e o secretário destacou a importância da transparência para a comunidade internacional", destacaram os EUA em comunicado.
Edição: Arturo Hartmann