A vice-governadora de Pernambuco, Luciana Santos (PCdoB), foi anunciada nesta quinta-feira (22) como ministra da Ciência e Tecnologia do terceiro mandato do presidente-eleito Luiz Inácio Lula da Silva (PT).
Engenheira elétrica formada pela Universidade Federal de Pernambuco (UFPE) e ex-líder do movimento estudantil, Santos assumirá o cargo que até pouco tempo era ocupado pelo astronauta Marcos Pontes (PL). Terá como grande missão reativar os incentivos à pesquisas do país, cujos investimentos caíram de forma considerável recentemente.
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De 2015 a 2021, o fomento à pesquisa científica e tecnológica perdeu R$ 83 bilhões. Já em 2022, o orçamento de Ciência e Tecnologia foi o menor dos últimos dez anos, segundo o Sindicato Nacional dos Gestores Públicos em Ciência e Tecnologia.
A recomposição do financiamento à pesquisa foi apontada como prioridade número 1 para a Ciência e Tecnologia no relatório final do governo de transição, apresentado também nesta quinta-feira. Especialistas no assunto indicaram ainda que a Ciência, Tecnologia e Inovação precisa ser tratada como "um pilar central para a reconstrução, a reindustrialização e o desenvolvimento do país".
Em suas redes sociais, a futura ministra disse que trabalhará para que a Ciência volta e ser prioridade.
É uma honra muito grande assumir o Ministério de CT&I! Um trabalho que vou realizar com muito compromisso e com muita disposição. Depois de quatro anos de negacionismo, a Ciência vai voltar a ser prioridade nesse país. ✊🏾
— Luciana Santos (@lucianasantos) December 22, 2022
Logo após ser anunciada, Luciana disse que pretende reajustar a bolsas pagas pelo governo federal a pesquisadores. "O congelamento das bolsas do CNPq e da Capes, que é da alçada da Educação e estão congeladas desde 2013, é preocupante. Desrespeito ao capital humano", disse ela.
Segundo o governo de transição, o reajuste deveria ser 40%.
Ela também defendeu a reativação do Centro Nacional de Tecnologia Eletrônica Avançada (Ceitec), estatal produtora de semicondutores que o governo de Jair Bolsonaro (PL) pretendia fechar. "Não podemos ser dependentes da importação de produtos, incluindo os semicondutores", afirmou a futura ministra.
Carreira política
Luciana já foi presidente do Diretório Acadêmico de Engenharia e Computação da UFPE, membro do Diretório Central dos Estudantes (DCE) e vice-presidente regional da UNE (União Nacional dos Estudantes) em Pernambuco. Isso, enquanto era universitária.
Depois de se formar, foi candidata a vereadora de Olinda (PE) em 1992, sendo eleita primeira suplente. Em 1994, candidatou-se a deputada estadual em Pernambuco. Também ficou como suplente, e só assumiu o cargo em 1996.
Reelegeu-se deputada em 1998. Em 2000, foi eleita prefeita de Olinda. Quatro anos mais tarde, foi reeleita ainda no primeiro turno.
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De 2009 a 2010, foi secretária estadual de Ciência, Tecnologia e Meio Ambiente de Pernambuco, na gestão do então governador Eduardo Campos (PSB). Deixou o cargo para se candidatar a deputada federal. Foi eleita em 2010 e reeleita em 2014.
Em 2016, disputou mais uma eleição para a Prefeitura de Olinda - perdeu.
Em 2018, foi candidata a vice-governadora na chapa de Paulo Câmara (PSB). Venceu e tornou-se a primeira mulher a ocupar tal cargo.
Neste ano, foi vice na chapa de Danilo Cabral (PSB), mas não foi eleita.
Após a vitória de Lula, Luciana Santos integrou o conselho político do governo de transição.
Edição: Nicolau Soares