Estudantes que deixaram de realizar o Enem por causa do confronto durante operação policial na favela do Jacarezinho, na zona Norte do Rio de Janeiro, poderão fazer uma nova prova. A Justiça do Rio de Janeiro determinou que o Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (INEP), responsável pelo exame, assegure uma nova data a todos os candidatos prejudicados por questões de segurança.
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A decisão atende a um pedido da Defensoria Pública da União (DPU) e garante o direito a todos os estudantes que fariam a prova dentro de um raio de 5 km do local do confronto. Comunidades vizinhas, como Manguinhos, também sofreram com tiroteios e ações policiais por três dias seguidos, até dia 20 de novembro, domingo em que aconteceu uma das etapas do Enem.
"A proteção a esses direitos (a educação, a segurança e a integridade) deve receber máxima atenção e exercícios por parte do Estado, de modo que se espere que estudantes da comunidade do Jacarezinho, bem como aqueles que realizariam a prova do Enem naquela região, realizem normalmente as provas, em condições de igualdade com outros candidatos de todo o Brasil", escreveu o juiz Eugênio Rosa de Araujo na decisão.
Segundo informações do portal G1, Estudantes relataram não conseguir sair de casa para realizar o Enem, ou que se sentiram prejudicados pelo barulho dos tiros durante a prova. A preocupação dos familiares também foi apontada como motivo para fazer a prova "correndo" e voltar para casa antes de anoitecer.
Edição: Clívia Mesquita