O Rio de Janeiro foi o único estado brasileiro em que todos os seus senadores votaram contra a PEC da Transição, na noite da última quarta-feira (7). A Proposta de Emenda à Constituição permite ao governo do presidente eleito Lula ampliar os recursos destinados a políticas públicas para a população, sendo a principal delas a garantia da parcela de R$ 600 do Bolsa Família, com adicional de R$ 150 por criança abaixo de 6 anos já a partir de janeiro.
Os senadores Carlos Portinho, Flávio Bolsonaro e Romário, todos do Partido Liberal, a sigla do presidente Jair Bolsonaro, votaram contra a garantia dos programas sociais. Ainda assim, a PEC foi aprovada com 64 votos em cada um dos dois turnos, havendo 16 contrários no primeiro e 13 no segundo. O texto segue agora para a Câmara dos Deputados.
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Nas redes sociais, parlamentares fluminenses do campo progressista e de esquerda reagiram ao voto de Portilho, Bolsonaro e Romário, que recentemente foi eleito para mais oito anos representando o estado do Rio no Senado. O deputado federal eleito Tarcísio Motta (Psol) criticou os bolsonaristas.
"É uma vergonha que os três senadores eleitos pelo Rio de Janeiro tenham votado contra a PEC da Transição. Uma posição antipovo e antipobre. Felizmente, mesmo sem eles, o Senado conseguiu aprovar um Bolsa Família no valor de R$ 600 para todos aqueles que precisam", escreveu Tarcísio.
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Também eleito deputado federal, o vereador Chico Alencar (Psol), que deixará o cargo para assumir em fevereiro a vaga na Câmara dos Deputados, em Brasília, afirmou que a PEC ajudará a recuperar alguns programas sociais que foram "dizimados pelo governo terminal" de Bolsonaro, como é o caso do Farmácia Popular.
"Com a PEC da Transição aprovada no Senado, agora é garantir na Câmara a Bolsa Família de R$ 600 e programas como a Farmácia Popular, dizimados pelo governo terminal. A PEC aprovada permite até recursos para cobrir rombos deste ano, como o da Educação", disse ele.
No Twitter, Flávio Bolsonaro esteve entre os assuntos mais comentados pelos usuários da rede social. Apesar das críticas, nem ele nem o senador Romário se manifestaram. Já o senador Portinho se defendeu, dizendo que a "PEC da Gastança foi aprovada sem mensurar os impactos econômicos".
Segundo o autor da PEC, senador Marcelo Castro (MDB-PI), R$ 16,6 bilhões poderão ir para políticas de saúde (como o programa Farmácia Popular), R$ 6,8 bilhões para assegurar o aumento real do salário mínimo e R$ 2,8 bilhões para reajuste salarial de servidores do Poder Executivo.
Edição: Eduardo Miranda