O Instituto Raízes em Movimento, do Complexo do Alemão, na zona norte do Rio de Janeiro, lançou nesta quinta-feira (8) o Plano de Ação Popular do CPX. O documento é uma construção de moradores e movimentos sociais do bairro que se reuniram em encontros do Fórum de Ação Popular do CPX para debater as necessidades das favelas que formam o Complexo.
O evento teve o objetivo de apresentar e entregar o Plano de Ação para diversos parlamentares presentes que se comprometeram em incluir as demandas na construção de seus projetos durante seus mandatos.
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O cofundador e presidente do Instituto Raízes em Movimento, Alan Brum, conta que a proposta do evento era articular com vereadores e deputados eleitos para que o documento “saia do papel”.
“A gente começou desde 2019 com um trabalho de pesquisa de percepção sobre políticas públicas, em 2021 fizemos um curso on-line sobre a história e memória do Complexo do Alemão e agora finalmente as organizações se juntaram e consolidamos todas as demandas, iniciativas e propostas neste Plano que hoje estamos lançando”, explicou Brum.
Trabalho Coletivo
O documento é dividido em 11 temas com demandas específicas do Complexo de favelas. Temas esses como saneamento básico, esportes, saúde, mulheres na linha de frente, entre outros.
A deputada estadual eleita Marina Santos (PT), do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem-Terra (MST), participou do evento e se comprometeu em incluir as demandas legislativas do documento em seu mandato.
“No nosso mandato popular assumimos e nos comprometemos com todas as questões e demandas e essa produção também coletiva que o Complexo do Alemão nos trouxe hoje”, disse a deputada eleita.
Durante o evento, que também foi uma celebração ao resultado do trabalho de anos, teve música ao vivo, café da manhã e almoço comunitário.
Thainã Fernandes é membro do coletivo Papo Reto e fez parte da construção do Plano. Ele explica que o evento também foi uma forma de mostrar o trabalho de anos para os moradores do bairro.
“Esse plano nasceu de um esforço popular de quem vive a favela, dos moradores daqui, de quem conhece o Complexo do Alemão”, destacou Thainã.
Movimentos sociais do bairro e moradores participaram da elaboração do documento entre aos parlamentares / Foto: Instituto Raízes em Movimento
O projeto realizado pelo Instituto Raízes em Movimento e organizações do Juntos pelo Complexo, tem também o apoio da Agência do Bem, do Fundo das Populações das Nações Unidas (UNFPA), do Trilhas de Cairo, da Casa Fluminense e do Instituto Brasileiro de Análises Sociais e Econômicas (Ibase).
O vereador do Rio e deputado federal eleito, Reimont (PT), também participou do ato de lançamento do Plano e para ele “é muito importante compreender que durante a campanha eleitoral o presidente Lula esteve no CPX e o compromisso de Lula é também o compromisso que nós queremos assumir”.
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Já a vereadora Tainá de Paula (PT) disse que tem “dialogado muito com as instituições locais do Complexo do Alemão para discutir as favelas no contexto do debate do planejamento da cidade do Rio de Janeiro”.
“As favelas precisam ser ouvidas e toda produção intelectual, simbólica e concreta que a favela tem precisa estar diretamente relacionada com as ações do executivo e do legislativo”, concluiu.
Os próximos passos do Instituto Raízes em Movimento e de todas organizações que atuaram na produção do Plano de Ação do CPX serão acompanhar e cobrar os parlamentares que se comprometeram com as demandas do documento.
Edição: Jaqueline Deister