As universidades federais foram informadas na tarde da última segunda-feira (28) sobre uma nova retirada de recursos. Após o bloqueio orçamentário de R$ 438 milhões ocorrido na metade do ano, o novo corte estimado em R$ 244 milhões, praticamente inviabiliza as finanças de todas as instituições, segundo informou a Associação Nacional dos Dirigentes das Instituições Federais de Ensino Superior (Andifes).
“Praticamente no apagar das luzes do exercício orçamentário de 2022, enquanto o país inteiro assistia ao jogo da seleção brasileira, o orçamento para as nossas mais diversas despesas (luz, pagamentos de empregados terceirizados, contratos e serviços, bolsas, entre outros) era raspado das contas das universidades federais, com todos os compromissos em pleno andamento”, disse a Andifes em nota.
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No Rio de Janeiro, a Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) e a Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro (UFRRJ) manifestaram que os bloqueios atingiram R$ 9,4 milhões e R$ 9 milhões de seus orçamentos discricionários, respectivamente. A Universidade Federal Fluminense (UFF) e a Universidade Federal do Estado do Rio (Unirio) ainda não publicaram seus posicionamentos.
Segundo a reitora da UFRJ, Denise Pires de Carvalho, informou em nota, o cenário é dramático. “A situação é muito grave. Se o bloqueio não for revertido, não teremos como pagar os salários de cerca de 900 profissionais extraquadros que complementam a mão de obra do Complexo Hospitalar e da Saúde da UFRJ, que conta com nove unidades, entre eles o Hospital Universitário Clementino Fraga Filho, o maior do estado do Rio em volume de consultas ambulatoriais, e a Maternidade Escola da UFRJ, terceiro maior centro do planeta no tratamento da doença trofoblástica gestacional, um tipo de tumor que pode evoluir para o câncer de placenta”, aponta.
“Além disso, o novo bloqueio afeta cerca de R$ 2 milhões que seriam investidos na conclusão de módulos laboratoriais do Museu Nacional/UFRJ”, complementa Denise.
Já a Administração Central da UFRRJ disse que ainda está avaliando as ações a serem adotadas. “Junto com a Andifes pretende agir com o objetivo de desbloquear estes valores. Caso a situação não seja revertida, diversas atividades da Rural terão de ser paralisadas”, disse a instituição em nota.
Já a Andifes afirmou que a medida de corte orçamentário seja revista. "Esperamos que essa inusitada medida de retirada de recursos, neste momento do ano, seja o mais brevemente revista, sob pena de se instalar o caos nas contas das universidades. É um enorme prejuízo à nação que as universidades, institutos federais e a Educação, essenciais para o futuro do nosso país, mais uma vez, sejam tratados como a última prioridade", concluiu.
Fonte: BdF Rio de Janeiro
Edição: Mariana Pitasse