Proteção

Bivalente: Anvisa finaliza testes da vacina da Pfizer melhorada contra a covid-19

As bivalentes são uma combinação da atual vacina com o imunizante monovalente adaptado à ômicron

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Até o momento, foram aplicadas nos braços dos brasileiros somente vacinas monovalentes contra a covid-19 - Agência Brasil

Uma versão bivalente da vacina para a covid-19 produzida pela Pfizer está em fase final de análise das áreas técnicas responsáveis, conforme anunciou a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) informou nesta quarta-feira (16), em nota.

A empresa informou que as vacinas bivalentes conferem maior proteção diante das subvariantes da Ômicron. Ainda que se mantenha a efetividade contra a doença na forma grave e óbitos com as vacinas monovalentes – se tomadas todas as doses recomendadas pelo Ministério da Saúde – o surgimento de novas variantes leva à redução da eficácia.

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Até o momento, foram aplicadas nos braços dos brasileiros somente vacinas monovalentes contra a covid-19. As monovalentes têm maior proteção contra um rol restrito de variações da covid. Já as bivalentes são uma combinação da atual vacina com o imunizante monovalente adaptado à ômicron, conferindo maior proteção.

No total, foram dois pedidos de autorização temporária de uso emergencial. O primeiro referente à vacina bivalente para a subvariante ômicron BA1, em agosto deste ano. O segundo, referente à versão que contém a subvariante BA.4/BA.5, em adição à cepa original da vacina Comirnaty, em setembro.

Crescimento dos casos 

Atualmente, existem cerca de 300 subvariantes da ômicron em circulação em todo o mundo. No Amazonas, a Rede Genômica Fiocruz apontou para o surgimento de uma nova variante, a BE.9. De acordo com os pesquisadores, trata-se de uma evolução da BA.5. A média móvel semanal de casos no estado saltou de 230 para mil no mês de outubro..

Em nível nacional, nas últimas quatro semanas, dos casos positivos para Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG), 39,7% eram de covid-19, segundo o Boletim InfoGripe Fiocruz, com dados de até 12 de novembro deste ano.

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Um outro boletim divulgado dois dias antes, em 10 de novembro, apontou para o crescimento nos casos de SRAG com resultado laboratoriais positivo para covid-19 na população adulta do Amazonas, Rio de Janeiro, Rio Grande do Sul e São Paulo. Neste casos, os resultados eram 36,9% para Sars-CoV-2.

Mas o coordenador do InfoGripe, Marcelo Gomes, afirma que, "como os dados laboratoriais demoram mais a entrar no sistema, é esperado que os números de casos das semanas recentes sejam maiores do que o observado nesta atualização, podendo inclusive aumentar o número de estados em tal situação".

Dados mais atualizados do Conselho Nacional de Secretários de Saúde (Conass) mostram que entre 15 e 16 de novembro foram notificados 62 óbitos e 14.946 casos de covid-19. Somente na semana entre seis e 12 de novembro, foram 61.564 novos casos e 312 óbitos. Na semana anterior, contabilizou-se 26.304 casos 251 óbitos.

Intensificação da vacinação 

Na semana passada, a Sociedade Brasileira de Infectologia (SBI) defendeu a intensificação da vacinação e o retorno de medidas contra a covid-19, como o uso de máscara em locais fechados. "Pelo menos em quatro estados da federação, já se verifica com preocupação uma tendência de curva em aceleração importante de casos novos de infecção pelo SARS-COV-2 quando comparado com o mês anterior", diz a nota da SBI com base no Boletim InfoGripe divulgado em 10 de novembro. A organização pediu celeridade no processo de aprovação das vacinas bivalentes de segunda geração da Pfizer.

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Flávia Bravo, diretora da Sociedade Brasileira de Imunizações (SBIm), afirma que "enquanto houver pessoas suscetíveis e circulação do vírus, podem aparecer variantes que podem causar ondas. Quem tomou e tem o esquema completo para faixa etária das vacinas está mais seguro do que quem não tomou. A gente sabe que nenhuma dessas das vacinas é 100% eficaz para o adoecimento, porém são todas muito eficazes na prevenção de casos graves, internação e mortes".

Edição: Nicolau Soares