Na maioria das vezes, as vítimas sofrem em silêncio por não estarem empoderadas o suficiente para uma reação. Dessa forma, o racismo estrutural vai se perpetuando ao longo do tempo.
Os ataques racistas contra o cantor negro Seu Jorge, no final do show do clube Grêmio Náutico União, realizado no dia 14 de outubro, em Porto Alegre, servem para expor a dura realidade do povo negro.
Existe uma tentativa de apagar a participação da raça de pele preta na formação econômica, social, cultural e religiosa do Estado. A afirmação da superioridade branca é algo presente no DNA do gaúcho e que não pode ser aceita, muito menos tolerada.
A luta contra o racismo é permanente, sobretudo nas relações de trabalho. É inadmissível que mulheres, especialmente as pretas, ganhem menos que os homens quando exercem a mesma função. A equidade salarial precisa virar realidade.
O povo negro está de olho nas investigações em andamento acerca do racismo sofrido por Seu Jorge. Que os racistas sejam devidamente identificados e penalizados na forma da lei.
Só lograremos uma sociedade verdadeiramente livre, justa e democrática, quando nos livrarmos das mazelas do passado escravocrata, agravado pelo clima de ódio, intolerância e violência alimentado pelo fascismo.
Sejamos antirracistas e antifascistas para construirmos um tempo de respeito, justiça, igualdade e paz!
*Isis Garcia é bancária e secretaria de Combate ao Racismo da CUT-RS.
**Este é um artigo de opinião. A visão da autora não necessariamente expressa a linha editorial do jornal Brasil de Fato.
Fonte: BdF Paraná
Edição: Pedro Carrano