Na madrugada desta quarta-feira (16), uma das atletas mais importantes e reconhecidas do país, Isabel Salgado, de 62 anos, faleceu dois dias após ser diagnosticada com uma bactéria no pulmão. Ela estava internada no Hospital Sírio-Libanês, na região central de São Paulo.
A família confirmou a partida e disse, em nota, que está reunida e que não haverá nenhuma declaração. “Pedimos a compreensão de todos. Isso será feito assim que possível”, diz trecho do texto enviado ao Brasil de Fato.
O enterro será no Crematório e Cemitério da Penitência, na próxima quinta-feira (17). O velório acontecerá a partir das 11h, na Capela Histórica, seguido por uma cerimônia para amigos e familiares, às 14h. Depois, o corpo será encaminhado para cremação.
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Grande nome do vôlei brasileiro, a campeã olímpica havia ingressado no equipe de transição do governo Lula na área do esporte. No mesmo dia em que assumiu a função, na última segunda-feira (14), começou a se sentir mal e foi ao hospital, onde permaneceu internada.
Isabel foi uma das principais jogadoras de vôlei da Seleção Brasileira da década de 1980 e dona de seis medalhas em Mundiais. Participou das olimpíadas de 1980, em Moscou, na extinta União das Repúblicas Socialistas Soviéticas (URSS), e na de 1984, em Los Angeles, nos Estados Unidos da América (EUA).
Além de atleta reconhecida formou uma grande família, com cinco filhos e cinco netos. Dos filhos, Pilar, Alisson, Maria Clara, Pedro e Carolina Solberg, os últimos três seguiram os passos da mãe com carreiras vitoriosas como jogadores de vôlei. No último domingo (13), Pedro e Carol conquistaram medalhas de prata e bronze na etapa de Uberlândia do Circuito Mundial de Vôlei de Praia.
Uma cenas mais icônicas da carreira de Isabel aconteceu em 1982, em um torneio amistoso da seleção brasileira no Ginásio do Ibirapuera, em São Paulo. O jogo era contra o Japão, tinha mais de 20 mil pessoas na arquibancada. O público estava sendo hostil com as nipônicas, que venciam o jogo.
Isabel, então com 22 anos, pediu o microfone oficial do evento e fez um discurso forte, dizendo que se os torcedores não parassem de xingar as asiáticas, não teria mais jogo. A partida seguiu, o Brasil foi derrotado, mas o público se comportou.
Edição: Mariana Pitasse