A sede do portal de notícias Rondôniaaovivo, em Porto Velho (RO), foi alvo de pelo menos 19 tiros na madrugada de sábado (12). O ataque não deixou feridos, mas destruiu as portas e janelas de vidro do veículo de comunicação.
Uma câmera flagrou o momento em que o atirador se aproxima do imóvel, descarrega a arma e deixa o local. O caso pode estar relacionado à cobertura feita pelo site dos atos antidemocráticos na capital rondonense.
"Devido às matérias publicadas, nos últimos dias o Rondoniaovivo vinha recebendo diversas mensagens com ameaças de um grupo golpista antidemocrático que está acampado na frente da 17° Brigada [de Infantaria Selva do Exército]", declarou o portal de notícias.
Veja o vídeo:
Entidades cobram investigação
A presidente da Associação Brasileira de Jornalismo Investigativo (Abraji), Katia Brembatti, disse que o caso representa o agravamento da violência contra jornalistas protagonizada pela extrema-direita.
"A Abraji espera que o agressor seja identificado e punido. E denuncia a crescente violência contra o jornalismo na esteira dos protestos antidemocráticos", publicou.
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Em nota, a Ordem dos Advogados do Brasil de Rondônia (OAB-RO) repudiou o ataque e pediu apuração imediata da autoria. "A comunicação livre é um dos pilares para uma democracia sólida em nosso país e é necessário o respeito às opiniões diversas."
O Sindicato dos Jornalistas Profissionais do Estado de Rondônia (Sinjor-RO) se solidarizou com os jornalistas e classificou o episódio como mais um dos "atos insanos" contra a imprensa.
"Rondônia não pode voltar aos anos de chumbo onde tudo era 'resolvido' na bala. Os tiros dados contra o rondoniaovivo.com foram, também, contra a liberdade de expressão e o exercício do bom jornalismo", diz o Sinjor-RO.
Portal critica lentidão da PM
O Rondoniaaovivo pede uma investigação rigorosa e criticou a demora da Polícia Militar (PM) no atendimento da ocorrência. Segundo o portal, foram necessárias três ligações para que uma viatura fosse enviada. O reforço na segurança só chegou mais de duas horas depois dos tiros.
Em nota, a secretaria de Segurança Pública de Rondônia disse que investiga o caso.
Edição: Nicolau Soares