O enviado especial dos Estados Unidos para o clima, John Kerry, afirmou nesta quarta-feira (02/11) que confia que o presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva fará o que for necessário para salvar a Amazônia, em contraste com o atual mandatário, Jair Bolsonaro.
Em entrevista coletiva em Washington, Kerry destacou que Lula está "comprometido" com o clima, algo que ele demonstrou com políticas durante o seu governo entre 2003 e 2011.
"Agora espero que possamos aperfeiçoar esse programa e avançar ainda mais rápido nas reformas necessárias para tentar salvar a Amazônia", acrescentou.
"Sob o governo de Bolsonaro, infelizmente, o nível de desmatamento aumentou na Amazônia e alcançou os níveis altos e perigosos atuais", lembrou. Nos últimos quatro anos, o desmatamento na Amazônia aumentou mais de 70%.
O responsável pelas políticas ambientais do governo Joe Biden afirmou ainda que o governo americano criou um grupo com diversas agências federais para tratar da questão do desmatamento. Kerry também indicou que Washington está pronto para discutir a compensação por "perdas e danos" sofridos desproporcionalmente pelos países pobres como resultado da crise climática.
Kerry disse ainda que está ciente das preocupações econômicas em todo o mundo, incluindo o Brasil. Ele observou que muitos dos habitantes da Amazônia dependem do gado e da extração de madeira para sobreviver. "Nós no resto do mundo temos que reconhecer que se quisermos valorizar essa floresta, vamos ter que ajuda-los a preservá-la."
"Lula está comprometido com o clima"
— DW Brasil (@dw_brasil) November 3, 2022
Representante do governo Biden celebra retorno do Brasil como parceiro na questão ambiental.
"O mundo tem que ajudar os brasileiros a preservar a Amazônia" pic.twitter.com/cB0JSzavuX
As declarações foram feitas a poucos dias da COP27 no Egito. A Conferência do Clima da ONU começa no domingo, e a compensação de países pobres pelos impactos do aquecimento global deve ser um dos principais temas do evento.
Após o resultado da eleição no Brasil, o presidente do Egito, Abdel Fatah al-Sissi, convidou Lula para participar do evento, que reunirá mais de 90 chefes de Estado. Entre os participantes deverão estar os mandatários dos Estados Unidos, Joe Biden, e da França, Emmanuel Macron.
A participação de Lula na conferência, que ocorre de 6 a 18 de novembro, foi confirmada na terça-feira pela presidente do PT, Gleisi Hoffmann