A cidade de Niterói, na região metropolitana do Rio de Janeiro, registrou uma cobertura vacinal de 34% do público-alvo um mês depois da Campanha Nacional de Vacinação contra a Poliomielite e Multivacinação. A média estadual é de 37%, segundo dados do Ministério da Saúde.
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A Secretaria municipal de Saúde de Niterói informou que o índice é de 52,88% contra a pólio, índice que diverge do que consta no Sistema de Informações do Programa Nacional de Imunizações (SI-PNI), segundo o o jornal O Globo.
O objetivo da campanha nacional era atingir a meta de 95% de cobertura vacinal para pólio em crianças menores de 5 anos. A doença pode provocar paralisia irreversível e corre risco de ser reintroduzida no Brasil pela baixa vacinação.
O Sistema Único de Saúde (SUS) oferece duas vacinas para a pólio. A inativada que deve ser aplicada nos bebês aos 2, 4 e 6 meses de idade. E o reforço, feito com a vacina atenuada, que deve ser administrada em gotas entre os 15 e 18 meses e depois, antes dos 5 anos de idade.
Em entrevista ao Brasil de Fato, o pesquisador Akira Homma, assessor científico sênior de Biomanguinhos, da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), lembrou que crianças menores de cinco anos estão mais vulneráveis a contrair a forma mais grave da doença.
"Há quase 30 anos, o Brasil não tem nenhum caso de poliomielite. Na década de 80, com a participação de toda sociedade, conseguimos alta cobertura vacinal, em dois dias de Dias Nacionais de Vacinação, eliminamos esta terrível virose do país. Esta queda da cobertura vacinal vem criando um enorme número de crianças desprotegidas pela vacinação", disse Akira Homma
Diante da baixa cobertura vacinal, o Comitê de Certificação de Eliminação da Poliomielite da Organização Panamericana de Saúde (Opas) incluiu o Brasil na lista de países com alto risco de retorno da poliomelite. Bolívia, Equador, Guatemala, Haiti, Paraguai, Suriname e Venezuela também integram a lista.
Edição: Clívia Mesquita