O PT pode terminar a eleição de 2022 com o maior número de governadores eleitos desde a fundação do partido. Ao todo, petistas podem terminar a corrida eleitoral à frente em seis estados. Em 2006, 2010 e 2014, o partido conseguiu cinco governos.
Além dos três governadores eleitos no primeiro turno, Fátima Bezerra (RN), Elmano de Freitas (CE) e Rafael Fonteles (PI), outros três podem sair vencedores das urnas no próximo dia 30 de outubro: Jerônimo Rodrigues (BA) e Rogério Carvalho (SE), que lideram o pleito, e Fernando Haddad (SP), que aparece empatado tecnicamente, na margem de erro, com Tarcísio de Freitas (SP).
Aliado nacional do PT, o PSB pode terminar a eleição com três governadores. Além de Carlos Brandão (MA), eleito no primeiro turno, João Azêvedo (PB) e Renato Casagrande (ES) caminham para vitórias tranquilas no segundo turno.
O PL, partido de Jair Bolsonaro, elegeu apenas Cláudio Castro (RJ) no primeiro turno. No segundo, somente Jorginho Mello (SC) aparece à frente e deve ter a vitória mais confortável entre os que disputam a segunda rodada.
Ao todo, doze estados disputam o segundo turno: Alagoas, Amazonas, Bahia, Espírito Santo, Mato Grosso do Sul, Paraíba, Pernambuco, Rio Grande do Sul, Rondônia, Santa Catarina, São Paulo e Sergipe.
O Brasil de Fato fez uma análise dos estados em disputa, com base nos levantamentos feitos pelos institutos Ipec e Real Time BigData. Para os resultados, consideramos apenas os votos válidos.
AL
O governador Paulo Dantas (MDB) deve se reeleger e governar Alagoas por mais quatro anos. É o que indica a pesquisa do Ipec, divulgada na última sexta-feira (28), que mostra o atual mandatário com 52% das intenções de voto, contra 48% de Rodrigo Cunha (UB).
Pesquisa realizada pela Real Time Big Data, publicada na última terça-feira (25), mostra cenário idêntico ao Ipec. Dantas à frente, com 52%, seguido por Cunha, que soma 48%.
A decisão em Alagoas pode ir para além do segundo turno. Isso porque, Dantas foi afastado do cargo de governador no dia 11 de outubro, pela ministra Laurita Vaz, do Superior Tribunal de Justiça (STJ). O candidato do MDB é alvo de investigação por peculato e lavagem de dinheiro.
Porém, na última segunda-feira (24), o Supremo Tribunal Federal (STF) devolveu o cargo a Dantas, alegando que o STJ não tem competência para analisar o caso. O Tribunal Superior Eleitoral (TSE) já havia autorizado, mesmo com a eventual cassação do mandato, que o emedebista seguisse candidato.
AM
Ipec e Real Time BigData apontam vitória de Wilson Lima (UB), no Amazonas. No levantamento do primeiro, divulgado no dia 19 de outubro, ele aparece com 56%, contra 44% de Eduardo Braga (MDB).
Já na pesquisa da Real Time BigData, a vantagem é mais curta, mas ainda confortável. Lima soma 55% e Braga, que é senador, tem 45%. Na última quinta-feira (27), o jornal O Globo revelou que Wilson Lima é investigado pela Polícia Federal por usar R$ 574 mil para reformar sua casa, durante a pandemia.
A revelação abalou a campanha de Lima, que decidiu faltar ao debate da TV Globo, na noite do dia 27, para o governo do Amazonas. Seu adversário, Braga, foi entrevistado sozinho pela emissora.
BA
Jerônimo Rodrigues (PT) deve manter a hegemonia dos petistas na Bahia, que dura desde 2006, com a primeira eleição de Jacques Wagner. Levantamento do Ipec, divulgado no dia 21 de outubro, mostra que o candidato do PT está à frente, com 52%, contra ACM Neto (UB), que soma 48%.
Pesquisa da Real Time BigData, publicado na última quinta-feira (27), também dá vitória ao petista, 53% de Jerônimo Rodrigues, contra 47%, de ACM Neto. O candidato do PT pode se tornar o primeiro governador indígena da história brasileira.
ES
Se no primeiro turno a vitória de Renato Casagrande (PSB) bateu na trave, na segunda rodada parece inevitável. O atual governador soma 52% das intenções de voto, contra 48% de Carlos Manato (PL), segundo pesquisa da Real Time BigData de 21 de outubro.
O Ipec, que divulgou seu levantamento para o governo do Espírito Santo em 20 de outubro, mostra uma vitória mais confortável para Casagrande, que aparece com 55%. Neste cenário, Manato possui apenas 45% das intenções de voto.
MS
A corrida eleitoral no Mato Grosso do Sul é a mais equilibrada do país, mas já se sabe que o estado será governado por um perfil inexperiente. De um lado, Eduardo Riedel (PDSB), político inexperiente e ex-presidente da Federação de Agricultura e Pecuária de Mato Grosso do Sul (Famasul). Do outro, Capitão Contar (PRTB), ex-militar e deputado estadual eleito em 2018, na esteira do bolsonarismo.
Segundo levantamento da Real Time BigData, divulgada na última segunda-feira (24), ambos aparecem com 50% das intenções de voto. No Ipec, que publicou sua pesquisa em 21 de outubro, o cenário é o mesmo. No estado, Bolsonaro apoia Contar, que faz campanha pelo presidenciável, mesmo quando era ignorado por ele.
Já Riedel caminha numa linha muito frágil. Sem conseguir declarar apoio a Lula, em um estado com inclinação bolsonarista, o tucano teve que se filiar a Bolsonaro, mesmo que o apoio não seja recíproco.
PB
Divulgada em 21 de outubro, a pesquisa Real Time BigData mostra João Azevêdo (PSB) à frente na Paraíba, com 55%, seguido por Pedro Cunha Lima (PSDB), que soma 45%. A vitória é confirmada pelo Ipec, que publicou seu levantamento no mesmo dia, e coloca o pessebista em primeiro, com 53% das intenções de voto, contra 47% do tucano.
Para se manter competitivo no estado, Cunha Lima decidiu esconder Bolsonaro em sua campanha. Aliado da família Cunha Lima, o atual presidente perdeu em todos os municípios do estado. Seu pai, o senador Cássio Cunha Lima (PSDB), é aliado do governo no Congresso.
Por outro lado, João Azêvedo conta com o apoio de Lula no estado. O petista já visitou a região no segundo turno, onde cumpriu agenda com o candidato do PSB.
PE
Raquel Lyra (PSDB) caminha para vencer o pleito eleitoral em Pernambuco. Levantamento do Ipec, publicado na última quarta-feira (26), mostra a tucana à frente, com 54%, contra 46% de Marília Arraes (SD).
A pesquisa da Real Time BigData, publicada em 19 de outubro, também aponta vitória de Lyra, com 56%. Em seguida, Arraes, com 44%. O segundo turno no estado foi impactado pela morte de Fernando Lucena, marido da tucana, no dia 2 de outubro, data da votação do primeiro turno.
A campanha de Lyra tentou um acordo no Tribunal Regional Eleitoral (TRE) para adiar o segundo turno no estado. Porém, Arraes rejeitou a proposta.
RS
Após vitória confortável no primeiro turno, Onyx Lorenzoni (PL) perdeu a mão durante a campanha no segundo turno e viu seu adversário, Eduardo Leite (PSDB), virar e abrir uma importante distância na corrida pelo governo gaúcho.
Segundo pesquisa do Ipec, divulgada na última sexta-feira (28), Leite tem 56% das intenções de voto, contra 44% de Lorenzoni. No levantamento do Real Time BigData, publicada na quinta-feira (27), a distância encolhe e o candidato do PL alcança 48%, contra 52% do tucano.
RO
Outra disputa equilibrada é entre os bolsonaristas Marcos Rogério (PL) e Coronel Marcos Rocha (UB). Segundo a pesquisa do Ipec, divulgada em 20 de outubro, ambos estão com 50% das intenções de votos.
O levantamento da Real Time BigData, publicado em 21 de outubro, mostra que o Coronel Marcos Rocha está à frente com 51% e Marcos Rogério aparece com 49%.
SC
Jorginho Mello (PL) deve ter a vitória mais tranquila do segundo turno. De acordo com o Ipec, que publicou sua última pesquisa para o estado em 18 de outubro, o candidato do PL tem 69% das intenções de voto, contra 31% de Décio Lima (PT).
Na Real Time BigData, o cenário se repete. Levantamento divulgado na última quinta-feira (27), mostra Mello à frente, com 69%, seguido por Lima, que tem 31%.
SE
Real Time BigData e Ipec apontam vitória do senador Rogério Carvalho (PT) no segundo turno da corrida eleitoral pelo governo de Sergipe. Em segundo, está Fábio Mitidieri (PSD).
Divulgado no dia 19 de outubro, levantamento da Real Time BigData mostra o petista com 55% das intenções de voto, contra 45% de Mitidieri. A pesquisa do Ipec, de 21 de outubro, aponta vitória mais apertada de Carvalho, 51% x 49%.
SP
Em São Paulo, a corrida eleitoral chega ao dia da votação com cenário mais apertado, depois que a campanha de Tarcísio de Freitas (Republicanos) tentou politizar a morte de um jovem, em Paraisópolis, zona sul da capital paulista, próximo de agenda da campanha.
A distância, que chegou a figurar em 10 pontos percentuais, caiu. Levantamento do Ipec, divulgado no último sábado (29), mostra Freitas com 52% contra 48% de Haddad.
Pesquisa publicada no dia 26 de outubro, pela Real Time BigData apresenta um cenário mais tranquilo para Freitas, que soma 56%. Atrás, Haddad aparece com 44%.
Edição: Vivian Virissimo
