A primeira-ministra do Reino Unido, Liz Truss, renunciou ao cargo na manhã desta quinta-feira (20) após 45 dias da posse - o menor mandato da história do país. A renúncia é mais um capítulo da crise política no Reino Unido, que teve quatro chefes de governo nos últimos seis anos. Truss afirmou que irá permanecer no cargo até que seja definida sua sucessão.
Já o partido Conservador comprometeu-se a acelerar o processo de eleição de um novo líder do partido e premiê para o país. De acordo com as regras do partido, os candidatos à liderança precisarão garantir o apoio de 100 deputados para entrar na disputa - isso significa que um máximo de três candidatos podem concorrer, já que o partido tem 357 parlamentares eleitos.
O ex-ministro de Finanças de Boris Johnson, Rishi Sunak, quem disputou as últimas eleições internas contra Truss e ficou em segundo lugar, é um dos cotados. Sunak foi considerado "traidor" por ter abandonado o gabinete de Johnson e agora é favorito para assumir o comando do país.
Além de Sunak, o próprio Boris Johnson poderá candidatar-se novamente ao cargo, segundo a imprensa britânica. O secretário de Defesa, Ben Wallace, a ministra de Comércio, Penny Mordaunt, também são possíveis nomes na disputa.
Outro nome cotado é o atual ministro de Finanças, Jeremy Hunt, que já descartou interesse em postular-se ao cargo.
Um dos principais fatores que levaram ao fim do mandato de Truss em tempo recorde foi a crise econômica do Reino Unido, que possui a maior inflação dos últimos 40 anos, além da crise energética pela escassez de combustível.
A ex-primeira-ministra, Theresa May, disse que é dever do partido "fornecer um governo sensato e competente neste momento crítico para nosso país", escreveu em suas redes sociais.
O líder trabalhista, Keir Starmer, e o liberal, Ed Davey, pediram eleições gerais imediatas após o discurso de renúncia de Truss. O primeiro-ministro da Escócia, Nicola Sturgeon, também afirmou que uma nova eleição geral é um "imperativo democrático" após a renúncia de Truss.
Os liberais democratas também pediram a Truss que recuse um subsídio, no valor de até 115 mil libras (cerca de R$ 672 mil) por ano, a que os ex-primeiros-ministros têm direito.
Apesar da pressão da oposição, as eleições gerais no Reino Unido deveriam acontecer somente em 2024, por isso o mandato de premiê permanece sob controle dos Conservadores.
Edição: Thales Schmidt