Com a união de nove partidos, o PT elegeu na noite deste domingo (2) o professor e ex-secretário estadual de Fazenda, Rafael Tajra Fonteles, 37, o novo governador do Piauí. Com a vitória dele, o Partido dos Trabalhadores mantém a hegemonia de 19 anos no poder. Filho de um dos fundadores do partido no estado, Fonteles teve como aliado o ex-governador Wellington Dias (PT), eleito em quatro mandados, e o ex-presidente Lula.
O resultado surpreendeu, pois, na véspera da eleição, uma pesquisa TV Clube/Ipec, divulgada na sexta-feira (30), mostrou Sílvio Mendeus (União Brasil) com 48% e Fonteles com 47%. Os candidatos estavam tecnicamente empatados dentro da margem de erro, que era de três pontos percentuais para mais ou para menos.
Quem é Rafael Fonteles, candidato vitorioso
Rafael Fonteles foi escolhido para dar sequência a uma hegemonia que já vem desde 2003, com quatro mandatos de Wellington Dias, intercalados por uma gestão comandada pelo hoje petista Wilson Martins, ex-vice de Dias e então filiado ao PSB. Professor de economia matemática, se destacou desde muito jovem em olimpíadas de conhecimento no Brasil e no exterior. Após ser deputado federal e deputado estadual, foi secretário de Fazenda do estado. No cargo, foi eleito duas vezes para a presidência do Comitê Nacional dos Secretários de Fazenda dos Estados e do Distrito Federal, o Comsefaz.
Quem é Silvio Mendes, candidato derrotado
Sílvio Mendes entrou para a política nos anos 90, quando atuou como presidente da Federação Municipal de Saúde de Teresina por cerca de dez anos, nos mandatos de três prefeitos. Depois, foi eleito prefeito da capital piauiense em 2004 e reeleito quatro anos mais tarde, filiado ao PSDB. Ele já tinha concorrido ao governo do estado em 2010, chegou a ir para o segundo turno, mas perdeu.
A chapa tem como vice Iracema Portella (PP), que foi eleita três vezes para deputada federal e é ex-esposa do senador Ciro Nogueira (PP), ministro da Casa Civil de Jair Bolsonaro (PL). Foi Nogueira quem articulou o apoio de última hora de Bolsonaro a Mendes, o que gerou a renúncia do candidato Diego Melo (PL), que também buscava o governo piauiense mas nunca decolou nas pesquisas. Em um estado onde Lula tem enorme popularidade, Mendes não quis declarar voto em Bolsonaro em nenhum momento.
Edição: Thalita Pires