Nas últimas 24 horas, o presidente e candidato à reeleição, Jair Bolsonaro (PL), publicou uma série de vídeos com mensagens de apoio de políticos estrangeiros de extrema direita. Em segundo lugar nas pesquisas e após receber uma série de críticas sobre as informações falsas no discurso na última Assembleia Geral da ONU, Bolsonaro busca diminuir isolamento internacional apresentando novos apoios. O elemento comum nas mensagens é a suposta defesa de "Deus, pátria, família e liberdade" e o combate à esquerda.
O primeiro-ministro da Hungria, Viktor Orban, disse que em 30 anos de política conheceu poucos políticos como Bolsonaro. "Foi uma honra ver como ele reduziu impostos e estabilizou a economia", disse o premiê húngaro no mesmo momento em que o Brasil tem 77% das famílias endividadas e 119 milhões de pessoas em situação de insegurança alimentar.
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Orban, que recebeu apoio da Igreja Católica para assumir o governo da Hungria, fez uso da retórica religiosa para pedir voto em Bolsonaro: "foi suficientemente corajoso para colocar o Brasil em primeiro e Deus acima de tudo", declarou.
O deputado português e fundador do partido ultra-direitista Chega, André Ventura, afirmou que o regresso de Lula seria uma "tragédia para o mundo que fala português" e disse que em Portugal "não há dúvidas, Jair Bolsonaro é o presidente que os brasileiros precisam".
O Chega foi criado em 2019 a partir de pequenos grupos que romperam com o Partido Social Democrata. Com pautas anti-imigração e uma agenda econômica ultraliberal, nas últimas eleições legislativas obtiveram 7,18% de votos a seu favor, tornando-se a terceira força política no parlamento português.
O líder do partido espanhol Vox, Santiago Abascal, disse que Bolsonaro é alternativa dos patriotas que querem nações "livres e soberanas frente ao comunismo e ao globalismo".
Tanto o português Chega como o Vox são partidos promotores do Fórum de Madri, uma aliança internacional, criada em 2020, "para frear o avanço do comunismo na ibero-esfera", afirmam na carta de fundação. No Brasil, a proposta foi defendida pelo deputado federal e filho do presidente, Eduardo Bolsonaro (PSL).
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Outro membro do Fórum de Madri a expressar apoio para a reeleição de Bolsonaro é o chileno José Antonio Kast, ex-candidato à presidência pelo partido Republicano do Chile.
"Está em jogo a liberdade do Brasil", disse ele, desejando sorte a Bolsonaro para derrotar o que ele qualifica como "esquerda radical".
O deputado argentino de extrema direita, Javier Milei, ex-candidato à presidência, diz que a liberdade dos brasileiros está em jogo e que apoia "fortemente" Bolsonaro "contra a esquerda radical".
Ainda na América Latina, a senadora colombiana, María Fernanda Cabal, do partido Centro Democrático, do ex-presidente Iván Duque e Álvaro Uribe Vélez, manifestou apoio ao atual presidente.
"Os brasileiros definem se querem ser livres ou escravos. Se querem seguir em prosperidade, sendo o único país no mundo sem inflação", disse a senadora colombiana, ignorando o dado de que o Brasil tem o 8º maior índice inflacionário entre as economias do G20.
Nas eleições legislativas de março, na Colômbia, o Centro Democrático foi o maior derrotado, perdendo seis cadeiras no Senado e 17 na Câmara de Representantes.
Edição: Arturo Hartmann