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Casos de meningite aumentam no estado do Rio de Janeiro

SES aponta que entre janeiro e agosto de 2022 casos subiram 55,5% se comparado com o mesmo período de 2021

Brasil de Fato | Rio de Janeiro (RJ) |
As vacinas oferecidas nos postos de saúde protegem contra diferentes tipos de meningite - Foto: Geovana Albuqurque/Agência Saúde DF

Dados do Sistema de Informação de Agravos de Notificação (Sinan) apontam que no estado do Rio de Janeiro, entre janeiro e agosto de 2022, o número de casos da doença meningocócica, ou seja, infecção bacteriana aguda rapidamente fatal, aumentou 55,5% quando comparado com o mesmo período de 2021. 

Segundo a Secretaria de Estado de Saúde do Rio de Janeiro (SES), durante o ano passado, foram registrados 959 casos de meningite, quando há inflamação nas membranas que revestem o sistema nervoso central, e 30 casos de doença meningocócica, sendo que oito foram a óbito.

Em 2022, até agosto, foram 977 casos de meningite e 28 casos de doença meningocócica, sendo que sete foram a óbito. Apesar de não haver um surto da doença no a SES alerta para a importância dos pais e responsáveis levarem as crianças e jovens para se vacinar. 

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As vacinas oferecidas nos postos que protegem contra diferentes tipos de meningite são: Meningocócica C (conjugada), que previne contra o tipo C da doença meningocócica; Penta, que evita a meningite causada pela bactéria Haemophilus influenzae B, além de outras quatro doenças; e a ACWY, que protege contra estes quatro sorotipos da meningite meningocócica.

Meningocócica C

No Brasil, há maior predominância de circulação da meningite C. É por este motivo que o calendário vacinal público prevê, desde 2010, a aplicação da vacina meningocócica C (conjugada). O esquema vacinal prevê duas doses, aos três e aos cinco meses de idade, e um reforço, que deve ser feito preferencialmente aos 12 meses de idade.

Em julho deste ano, o Ministério da Saúde ampliou a oferta da Meningocócica C para trabalhadores da saúde e crianças com até 10 anos de idade. Crianças entre cinco e 10 anos que nunca receberam o imunizante devem tomar apenas uma dose. Já para os trabalhadores de saúde, a indicação é de uma dose de reforço, mesmo para aqueles com esquema vacinal completo.

Meningocócica ACWY

No início de setembro, o Ministério da Saúde, por meio do Programa Nacional de Imunizações (PNI), ampliou a idade de cobertura da vacina ACWY, que protege contra esses quatro sorotipos da meningite meningocócica. Agora, crianças e adolescentes de 11 a 14 anos podem receber o imunizante gratuitamente no Sistema Único de Saúde (SUS).

Apesar da faixa etária com maior risco de adoecimento ser a de crianças menores de um ano de idade, os adolescentes e adultos jovens são os principais responsáveis pela circulação da doença no país. Cerca de 10% dos adolescentes e adultos são portadores assintomáticos da bactéria na orofaringe (garganta) e podem transmitir a bactéria, mesmo sem adoecer. 

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A bactéria é transmitida de uma pessoa para outra pela secreção respiratória (gotículas de saliva, espirro, tosse). Geralmente, após a transmissão, a bactéria permanece na orofaringe do indivíduo receptor por curto período e acaba sendo eliminada pelos próprios mecanismos de defesa do organismo. Desta forma, a condição de portador assintomático tende a ser transitória, embora possa se estender por períodos prolongados de meses a até mais de um ano. Em menos de 1% dos indivíduos infectados, contudo, a bactéria consegue penetrar na mucosa respiratória e atinge a corrente sanguínea levando ao aparecimento da doença meningocócica.

Haemophilus influenzae B

A vacina Penta protege contra cinco doenças: difteria, tétano, coqueluche, Haemophilus influenzae B e hepatite B. A bactéria Haemophilus influenzae B pode provocar infecção no nariz, na garganta e na meninge. O imunizante é aplicado nas crianças aos dois, quatro e seis meses de idade.

As meningites

A meningite é uma inflamação das meninges, membranas que envolvem o cérebro e a medula espinhal. Ela pode ser causada por bactérias, vírus, fungos e parasitas.

As meningites virais e bacterianas são as de maior preocupação para a saúde pública, por sua capacidade de causarem surtos. Em geral, a transmissão ocorre de pessoa para pessoa, através das vias respiratórias, por gotículas e secreções do nariz e da garganta. A transmissão também pode se dar pela ingestão de água e alimentos contaminados ou contato com fezes. 
 

Edição: Jaqueline Deister