Rio de Janeiro

CULTURA E MEMÓRIA

Observatório de Favelas lança projeto de resgate de memória no Conjunto de Favelas da Penha

Escadaria entre Morro do Sereno e da Caixa D'água está sendo revitalizada com intervenção artística

Brasil de Fato | Rio de Janeiro (RJ) |
Penha cultura
Intervenções artísticas são feitas a partir das histórias locais narradas pelos moradores - Ramon Vellasco

O Escadão do Sereno, que dá acesso aos morros do Sereno e Caixa D'Água, localizada no conjunto de favelas da Penha, na zona norte do Rio de Janeiro, ganhou uma intervenção de cores promovida pelo Observatório de Favelas. O projeto "Escadaria das artes: memórias e identidades do Conjunto de Favelas da Penha" é uma parceria com o Projeto Cultural Arte Transformadora.

Leia mais: Cultura do rap na zona Oeste do Rio é tema do novo episódio do Papo na Laje

A concepção artística do projeto foi construída através de um ciclo de trocas entre as/os artistas Loo Stavale, Thalles Olgador e Thiago Ortiz, com mediação de Stéphane Marçal e Jean Carlos Azuos, respectivamente educadora e curador do Galpão Bela Maré, e moradores, sobre memórias que ajudam a contar a história do território e das pessoas que ali vivem. 

De acordo com Rebeca Brandão, coordenadora do projeto, a proposta é promover o resgate da memória que os moradores desse território têm sobre a escadaria, que durante muito foi um espaço apenas de divisão entre o Morro do Sereno e o Morro da Caixa D`Água. 

Ela contou que as imagens que ilustram os degraus foram construídas a partir de conversas com os moradores e seus registros de memórias. Por exemplo, durante muito tempo os moradores precisavam descer a escadaria, que ainda não era cimentada, para pegar água no bicão e depois subir para abastecer suas casas e isso apareceu muito em cada história.

"Começamos a intervenção a partir do signo da água, a imagem de uma cachoeira colorida. Outros símbolos religiosos também aparecem nas histórias e farão parte da ação artística e visual. Ao final, vamos compor um muro com o nome dos moradores antigos e mais novos. A ideia é que os próprios moradores marquem seus nomes registrando que esta é uma intervenção do território para o território", explica.

Leia também: Eduardo Paes anuncia ônibus de graça no dia das eleições no Rio de Janeiro

Além da intervenção artística na escadaria, também será realizada uma oficina para 50 crianças dos territórios, a partir da articulação local do projeto Arte Transformadora. As ações são acompanhadas ainda pela equipe da produtora Camisa Preta, que está produzindo um documentário sobre o processo.

Edição: Eduardo Miranda