A 16 dias para as eleições, o desempenho do PSDB nas pesquisas aponta para um desfecho trágico para o partido na corrida eleitoral deste ano. Se a votação fosse hoje, dos nove candidatos tucanos aos governos estaduais, apenas dois disputariam o segundo turno: Eduardo Leite, no Rio Grande do Sul, e Pedro Cunha Lima, na Paraíba.
O levantamento feito pelo Brasil de Fato leva em consideração as pesquisas realizadas pelos institutos Ipec e Real Time BigData nos 27 estados.
No Rio Grande do Sul, os levantamentos mostram que Leite é favorito e pode ser reeleito. Em segundo, aparece Onyx Lorenzoni (PL). Na última pesquisa do Ipec para o governo gaúcho, divulgado em 02 de setembro, Leite aparece com 38%, contra 24% de Lorenzoni. No levantamento do Real Time BigData, publicado em 5 de setembro, o tucano segue vencedor, mas com uma margem menos confortável, 31% a 26%.
Na Paraíba, o cenário é complicado para os tucanos. O candidato do partido, Pedro Cunha Lima, aparece empatado tecnicamente com Nilvan Ferreira (PL) e Veneziano Vital do Rêgo (MDB), nos levantamentos dos dois institutos. João Azevêdo (PSB) lidera com tranquilidade em ambos os cenários.
Na última pesquisa do Ipec para governador da Paraíba, divulgada em 29 de agosto, Azevêdo está com 32% das intenções de voto. Cunha Lima é o segundo, pontuando 16%, seguido por Ferreira, que tem 15%, e Veneziano, que acumula 14%.
No levantamento da Real Time BigData de 23 de agosto, Azevêdo segue à frente, com 29%, seguido por Ferreira, que tem 15%, e empatados com 14% aparecem Cunha Lima e Veneziano.
Portanto, há riscos de que Cunha Lima não esteja no segundo turno, deixando Leite como única alternativa de vitória dos tucanos nos estados. Com um ou dois candidatos no segundo turno, 2022 já será o pior desempenho desde 1990, primeiro ano em que o PSDB disputou as eleições estaduais e elegeu apenas Ciro Gomes para o governo do Ceará.
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Em 2018, seis tucanos foram ao segundo turno: Eduardo Leite (RS), João Doria (SP) e Reinaldo Azambuja (MS), que confirmaram a vitória, e Antonio Anastasia (MG), Expedito Junior (RO) e José de Anchieta (RR), que foram derrotados.
Na eleição anterior, em 2014, o PSDB elegeu cinco governadores: Marconi Perillo (GO), Reinaldo Azambuja (MS), Simão Jatene (PA), Beto Richa (PR) e Geraldo Alckmin (SP).
Na disputa presidencial de 2014, Dilma Rousseff impôs uma derrota dolorida a Aécio Neves, o candidato tucano, que não reconheceu a derrota e questionou o resultado das urnas. Desde então, o partido encolheu, em meio a brigas internas por poder e escândalos de corrupção.
Em 2022, Doria e Leite protagonizaram uma disputa belicosa dentro do partido, para decidir quem seria o candidato à presidência dos tucanos. O paulista venceu, mas desistiu da candidatura, após o péssimo desempenho nas pesquisas, deixando o PSDB sem presidenciável pela primeira vez em sua história.
Senadores
O ex-governador de Goiás, Marconi Perillo seria o único senador eleito pelo PSDB, caso a eleição fosse hoje, de acordo com as pesquisas dos institutos Ipec e Real Time BigData.
Divulgada em 25 de agosto, o último levantamento do Ipec para o Senado, em Goiás, mostra Perillo com 24%, à frente do Delegado Waldir (UB), que está com 18%.
Na pesquisa da Real Time BigData, de 15 de setembro, Perillo também lidera, mas o índice é maior: 28%. Atrás, Waldir soma apenas 16%.
Em São Paulo, berço dos tucanos, Edson Aparecido simboliza o desastre do PSDB em 2022 e aparece apenas na quinta colocação na disputa para o Senado, com 3%. O desempenho do partido é muito inferior às eleições de 2018, 2014 e 2010.
Em 2018, o PSDB elegeu três senadores: Plínio Valério (AM), Izalci (DF) e Mara Gabrilli (SP). Quatro anos antes, em 2014, três candidatos tucanos saíram vitoriosos das urnas e ascenderam ao Senado: Tasso Jeressati (CE), Antonio Anastasia (MG) e Álvaro Dias (PR).
O melhor desempenho da história do PSDB, na disputa ao Senado, ocorreu em 2010, quando o partido elegeu cinco candidatos: Flexa Ribeiro (PA), Lúcia Vânia (GO), Aécio Neves (MG), Paulo Bauer (SC) e Aloysio Nunes (SP).
Edição: Rodrigo Durão Coelho