A Justiça do Rio de Janeiro negou, na última terça-feira (13), um novo pedido de habeas corpus para o ex-secretário de Estado de Polícia Civil Allan Turnowski, que atuou nos governos de Sérgio Cabral e de Cláudio Castro (PL) e foi preso na última sexta-feira (9) por envolvimento em organização criminosa e no jogo do bicho. Este é o segundo pedido negado pela Justiça.
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O desembargador Joaquim Domingos de Almeida Neto, da 7ª Câmara Criminal do Tribunal de Justiça do Estado do Rio de Janeiro (TJ-RJ), esclareceu que já havia apreciado a legalidade do decreto de prisão no habeas corpus impetrado na sexta passada.
Além disso, o magistrado determinou que Turnowski seja transferido para uma cela especial para advogados ou "local compatível", afirma a decisão. O ex-secretário esteve nos últimos dias preso com mais 19 pessoas, na cadeia pública de Niterói.
"Deve se observar [que o impetrante - Turnowski] não se encontra custodiado em sala de estado maior, como sua condição pessoal determina, o que deve ser corrigido de plano. Caso a unidade custodiante não possua sala de estado maior, a administração penitenciária deverá alojá-lo em local compatível de imediato", escreveu o desembargador.
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Turnowski foi preso na Operação Águia na Cabeça, comandada pelo Grupo de Atuação Especial de Repressão ao Crime Organizado (Gaeco) do Ministério Público (MP-RJ). A prisão do delegado e ex-secretário de Polícia Civil foi decretada pela 1ª Vara Criminal Especializada do Rio. Turnowski responde por organização criminosa.
Segundo as investigações do MP-RJ, o ex-secretário recebia propina do jogo do bicho e estaria envolvido em um plano para assassinar o bicheiro Rogério Andrade.
Turnowski deixou o cargo em março deste ano para se candidatar a uma vaga de deputado federal pelo Partido Liberal (PL) e recebia apoio do governador Claudio Castro (PL) na sua candidatura.
Histórico
Allan Turnowski foi chefe da Polícia Civil entre 2010 e 2011, durante o governo de Sérgio Cabral e deixou a pasta durante uma investigação da Polícia Federal sobre um suposto vazamento de uma operação, segundo informações do portal G1. O caso foi arquivado por falta de provas. O delegado sempre negou qualquer irregularidade.
Em 2020, ele voltou ao posto, que passou a ser uma secretaria do governo do estado, onde ficou até o início deste ano, quando saiu para se candidatar. Sob sua gestão, a pasta inaugurou uma força-tarefa de Combate às milícias, que até março de 2022 tinha contabilizados mais de 1,2 mil presos.
A gestão de Turnowski foi uma das responsáveis pela operação policial no Jacarezinho que deixou 28 mortos, em maio de 2021, considerada a mais letal da história do Rio.
Edição: Eduardo Miranda