Em março de 2019, o Supremo Tribunal Federal (STF) instaurou um inquérito para investigar a produção de notícias falsas e ataques contra as instituições por integrantes do governo federal. Nascia, então, a preocupação com o "Gabinete do Ódio", grupo de apoiadores e funcionários do presidente Bolsonaro, em parceria com o vereador Carlos Bolsonaro, responsável pela produção de conteúdo falso e de mensagens de ódio nas redes sociais.
Além disso, uma Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) no Congresso investiga os ataques na internet, a produção e o financiamento de notícias falsas nas eleições de 2018.
Em paralelo, também está em curso uma investigação sobre as organizações e possíveis financiadores dos atos antidemocráticos que pediam o fechamento do Congresso e do STF, durante a pandemia. Os três processos têm, em comum, a preocupação com a difusão de conteúdos falsos e de ódio nas redes sociais, com graves ameaças à democracia.
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Além das investigações, uma tática para diminuir os efeitos das notícias falsas na sociedade é o processo pedagógico de conscientizar a população sobre o consumo de informação.
O portal Verdade na Rede preparou uma lista com sete tipos e formatos de notícias falsas mais utilizados pelo "Gabinete do Ódio".
Veja a seguir:
O primeiro tipo é chamado de Fake News Franksteins. É quando o autor da mentira pega um vídeo que já existe e faz edição, altera sentido de frases, corta trechos, com o objetivo de prejudicar outra pessoa.
O segundo modelo listado pelo portal recebeu o nome de Parece mas não é, em que o conteúdo possui um título bem chamativo, geralmente promete uma grande revelação no desenrolar do texto, mas quando o leitor acessa o link, o texto da matéria não diz nada do que havia informado na manchete.
O terceiro tipo de conteúdo explorado pelo Gabinete do Ódio, segundo o portal Verdade na Rede, se chama Fake News Espelho. É quando os autores acusam os adversários dos crimes que, na verdade, eles cometem e são investigados.
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O quarto modelo adotado é o Sanduíche. Esse tipo de conteúdo, geralmente, é o que deixa o leitor mais confuso, porque mistura informações falsas com outras verdadeiras, deixando aquele suspense sobre a veracidade do conteúdo.
Recuperar episódios antigos dos adversários, geralmente já desmentidos e esclarecidos para a sociedade, é o formato do modelo Máquina do Tempo, o quinto da lista das estratégias mais utilizadas pelo Gabinete.
Além de explorar temas do passado, a central de disseminação de notícias falsas também incorpora assuntos factuais, que estão em evidência no momento, para manobrar de acordo com os interesses dos seus seguidores. É a Fake Aleatória
Por fim, o sétimo item dessa lista é a Fake Teleguiada, que produz informações, de fato, falsas sobre os adversários, os acusando de condutas, ideias e valores que nunca defenderam.
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Este ano, o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) reforçou os cuidados com a segurança da informação e criou ferramentas para identificar e conter a difusão de notícias falsas referentes às eleições. Uma das graves preocupações do Tribunal são os ataques proferidos contra as urnas eletrônicas, adotadas no Brasil há 20 anos e que, agora, são colocadas sob suspeita pelo presidente Jair Bolsonaro (PL) e apoiadores.
O TSE lançou um canal pelo Whatsapp, para tirar dúvidas e checar informações, e criou um site chamado Fato ou Boato para esclarecimentos sobre as urnas eletrônicas.
Edição: José Eduardo Bernardes