A União Europeia (UE) anunciou nesta terça-feira (30/08) que atingiu uma média de 80% da meta de estocagem de gás natural, uma medida que tem como objetivo evitar uma crise de abastecimento durante o inverno nos países que compõem o bloco em meio às interrupções de fornecimento pela Rússia.
"Já atingimos uma média na União Europeia de 80% de enchimento da estocagem, então basicamente já atingimos o valor acordado para este ano", declarou a presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, na Cúpula de Segurança Energética do Mar Báltico em Copenhague.
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Segundo dados da Gas Infrastructure Europe (GIE), plataforma de monitoramento da UE, as reservas de gás do bloco estão em 79,94%. A previsão da UE para atingir a meta era em 1º de novembro, chegando aos 90% nos anos seguintes.
Para von der Leyen, esta é "uma boa notícia" para reduzir a dependência da Rússia. "Precisamos nos afastar dos combustíveis fósseis russos e conseguir fontes confiáveis, principalmente para encher os nossos armazéns", acrescentou.
The targets set at the Baltic Sea Summit would cover the energy consumption of all households in 🇩🇰🇱🇻🇱🇹🇪🇪
— Ursula von der Leyen (@vonderleyen) August 30, 2022
And we can do much more.
Let’s make Europe a renewable powerhouse. pic.twitter.com/GkoTMPRttm
De acordo com von der Leyen, a dependência da União Europeia pelo gás russo "só acabará se houver um investimento maciço em energias renováveis". Ela explicou ainda que propôs aumentar mais a meta da UE para as energias renováveis até 45%.
"Os preços da energia batem recorde após recorde. As consequências para as famílias e as empresas não são sustentáveis. Devemos enfrentar este problema juntos e urgentemente", afirmou a líder da Comissão Europeia por meio das redes sociais.
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Por sua vez, para o porta-voz do Kremlin, Dmitry Peskov, citado pela agência TASS, apenas "sanções relacionadas a aspectos tecnológicos" por parte do Ocidente estão dificultando o fornecimento de gás russo à Europa.
O russo enfatiza ainda que as ações europeias são "difíceis de entender e impossíveis de explicar", obrigando os cidadãos "a pagar por elas".