Todos nós esperamos que Lula seja o próximo presidente do Brasil
Derrotar Jair Bolsonaro (PL) nas eleições presidenciais deste ano é fundamental para evitar o fortalecimento de um eixo de extrema direita entre Brasil e Donald Trump nos Estados Unidos. A avaliação é de Heinz Bierbaum, presidente do partido da Esquerda Europeia, que agrupa 26 organizações políticas, e elegeu 38 deputados ao Parlamento Europeu.
"As eleições no Brasil são de grande importância. Todos nós esperamos que Lula (PT) seja o próximo presidente do Brasil, porque se Bolsonaro ganhasse seria muito ruim não somente para o Brasil, mas também para nós, europeus, pois haveria um eixo entre Trump, no Estados Unidos, e Bolsonaro, no Brasil. Há uma cooperação forte entre os dois e isso é um grande problema", diz o político alemão em entrevista ao Brasil de Fato.
Bierbaum também acaba de assumir a frente da Fundação Rosa Luxemburgo, uma organização sem fins lucrativos que financia projetos que discutam democracia, igualdade e alternativas ao sistema capitalista. A organização faz parte do partido alemão À Esquerda (Die Linke).
O presidente da Esquerda Europeia destacou ser contra o envio de armas para a Ucrânia, defendeu a diplomacia para encerrar o conflito que já dura mais de seis meses e disse que a busca pela paz deveria unificar a esquerda europeia:
"Estamos comprometidos com a paz, estamos comprometidos com o desarmamento, ou seja, lutamos por uma solução pacífica, pois nossa opinião é a de que a guerra nunca é uma solução. Precisamos de mais negociação e diplomacia. Hoje isso é bem difícil já que a maioria das pessoas é a favor do envio de armas e outras coisa do tipo. Nós somos contra isso, não é uma solução. É necessário uma solução política, bem como falar sobre um novo sistema coletivo de segurança na Europa", afirma Bierbaum.
O político alemão ainda falou sobre os impactos das sanções contra a Rússia, a importância de uma transição energética justa e a força da extrema direita na Europa, entre outros assuntos. Confira a entrevista na íntegra:
Brasil de Fato: Gostaria de começar nossa conversa falando sobre 2019, quando você assumiu a liderança do Partido de Esquerda Europeia. Na época, o senhor mencionou que este grupo de partidos e forças políticas tinha um desafio com destaque para dois: oferecer, enquanto conjunto de partidos de esquerda, uma alternativa política na Europa, especialmente quanto à economia, com foco sobre austeridade e ter mais investimentos públicos. O segundo desafio mencionado foi como conter o crescimento da extrema direita e de grupos da extrema direita. Olhando para trás, passados esses dois anos e meio ou três anos, como o senhor avalia as conquistas e os desafios que ainda existem?
Heinz Bierbaum: Você está perfeitamente correto, nós de fato temos dois grandes desafios, fortalecer o perfil política da esquerda europeia propondo uma alternativa quanto à política europeia, fazendo uma outra política econômica e social, e, claro, um dos nossos principais objetivos é combater a extrema direita, pois há um crescimento da extrema direita na Europa, mas não só na Europa. Isso também ocorre aqui. Portanto, é um grande desafio para nós.
Eu fui eleito em 2019. Agora nós temos, claro, uma situação muito difícil causada, primeiramente, pela pandemia e então pela guerra na Ucrânia. Ou seja, uma situação muito complicada. Mas eu penso que nós conquistamos algumas coisas porque conseguimos fortalecer nosso perfil político, propusemos alguns elementos muito importantes para uma alternativa na política da Europa. Nós elaboramos um documento sobre como enfrentar a pandemia no qual se dizia que a primeira coisa [a ser feita] era proteger as pessoas, algo fundamental, e fizemos uma campanha para que houvesse acesso gratuito a vacinas. Acho que isso é muito importante.
O segundo elemento da nossa política diz respeito à necessária transformação socioecológica da economia, pois não temos apenas os desafios causados pela pandemia ou pela guerra na Ucrânia. Temos também convulsões [sociais] bem profundas causadas, particularmente, pelos desafios ecológicos como a crise climática. Portanto, precisamos de uma transformação ecológica da indústria. Contudo, não precisamos apenas de uma transformação ecológica, precisamos de uma transformação socioecológica, pois, do ponto de vista da esquerda, temos que combinar as dimensões ecológicas e sociais. Sabemos que temos que mudar a maneira que produzimos e consumimos, mas temos também que proteger o povo, especialmente os trabalhadores afetados por este processo.
Por isso falamos em transformação socioecológica. Um conceito muito importante para nós como referência é o conceito sindical de transição justa. O termo é a combinação das dimensões social e ecológica.
Acerca da guerra, este é, de fato, um problema também para a esquerda na Europa. Está muito claro para nós que todos condenamos a invasão russa à Ucrânia. Contudo, também somos muito críticos a essa política da OTAN, que é bastante agressiva.
Portanto, estamos comprometidos com a paz, estamos comprometidos com o desarmamento, ou seja, lutamos por uma solução pacífica, pois nossa opinião é a de que a guerra nunca é uma solução. Precisamos de mais negociação e diplomacia. Hoje isso é bem difícil já que a maioria das pessoas é a favor do envio de armas e outras coisa do tipo. Nós somos contra isso, não é uma solução. É necessário uma solução política, bem como falar sobre um novo sistema coletivo de segurança na Europa. Nós estamos iniciando essas discussões. Certamente existiram carências no passado [por] não termos elaborado outro sistema de segurança social coletiva.
O senhor levantou a questão da guerra na Ucrânia, então gostaria de avaliar um pouco mais isso. Falando sobre posicionamentos dentro da esquerda, o senhor acha que a guerra na Ucrânia causou divisões políticas? Vocês tinham opiniões diferentes acerca de alguns dos pontos mencionados. Por exemplo, segurança. Como vocês debatem a questão da expansão da Otan? E qual o olhar que têm sobre o que a Rússia está fazendo? Acha que isso dividiu politicamente [a Europa]? Seria isso um problema com o qual deve-se lidar nos próximos anos?
É mesmo um problema para a esquerda, pois tínhamos, de fato, posições diferentes. Estamos todos comprometidos com a paz, mas não é o suficiente. Temos diferentes posições quanto ao envio de armas e sanções, porque parte da esquerda é a favor do envio de armas, particularmente os países nórdicos de esquerda.
E há também a questão da Otan. É um desafio para nós, pois normalmente somos – temos sempre sido – muito críticos sobre a Otan. Organizamos no ano passado e neste uma "contracúpula" na ocasião da cúpula da Otan. A deste ano nós chamamos de "Cúpula da Paz". Mas agora uma parte da esquerda na Europa, especialmente na Finlândia, não está muito a favor da Otan, contudo não é contra. A Finlândia quer entrar na Otan. Isso era impossível antes para nós, e agora temos essa nova situação e temos que discuti-la.
Mas estou otimista sobre alcançarmos posições comuns em relação à guerra e à paz. Penso ser algo muito característico da esquerda se comprometer com a paz. É algo muito importante para nós. Somos contra o aumento de orçamentos militares, porque todo valor direcionado para o orçamento militar é um valor perdido na luta contra a crise climática.
Temos essas contradições: precisamos de uma enorme quantia para combater a crise climática. Precisamos mudar a economia, temos que fazer novos investimentos grandes em uma nova política energética, numa nova política de mobilidade. Agora estamos gastando muito com forças militares. Acho que isto é uma contradição e, no final das contas, deveríamos ter uma mesma posição na esquerda para combatermos a crise climática e lutarmos pela paz além de, claro, superarmos essas diferenças. Certamente isso ainda demorará algum tempo para acontecer. Hoje isso é, ainda, bastante difícil.
Ainda sobre esse assunto, há também uma outra crise e penso que a Alemanha está no centro dela: a crise energética e de combustíveis. Você tem esse conceito que é muito importante a você, da transformação socioecológica da indústria. Mas também há problemas com os quais devemos lidar com a maneira como produzimos as coisas. Como o senhor disse, há inúmeras mudanças que deveriam acontecer. Mas para além do capitalismo, que já impõe muitos desafios, houve a imposição de sanções à Rússia que afetam a oferta de energia. Como o senhor vê esse desafio? Como lidar com isso no curto prazo, mas sem perder o que interessa no quadro geral?
Esse é um grande desafio, uma situação muito complicada porque o efeito das sanções, das sanções europeias e de todos os outros países sobre a Rússia causam alguns efeitos contraproducentes, pois temos um problema energético e temos, em consequência, o aumento de preços. Temos preços exorbitantes de energia e alimentação.
Isso é um problema real e, portanto, temos que lutar para baixar os preços de comida e energia. Temos que proteger os pobres, as pessoas que vivem sob condições precárias, pois elas são as mais afetadas pelos efeitos das sanções. Também sobre a questão das sanções, há diferentes posições na esquerda, tanto na europeia quanto na alemã.
Algumas são a favor [das sanções], mas agora vemos alguns efeitos contraproducentes, e, por isso, acho que no curto prazo não é possível ser totalmente independente da energia russa. Não acho que seja possível. Precisamos conversar sobre isso e dialogar com a Rússia. Tem que haver negociações sobre isso. Não há alternativa além dessa, porque se continuarmos com as sanções, e já existem algumas exceções, pois nunca houve um boicote total à energia russa. Houve também uma parte paga pela Alemanha pela energia, petróleo e gás natural vindos da Rússia. Portanto, temos que discutir a questão.
E há também outra questão que é o fato do gás natural e petróleo serem energias fósseis. Por isso precisamos mudar nossa política energética para as que sejam renováveis, como a eólica e outras. Porém, uma vez que essa mudança não é possível no curto prazo, olhemos para o longo prazo.Temos que fazer mais esforços para mudar a nossa política energética, essa é a consequência.
Mas no curto prazo, ainda precisaremos de energia russa. Agora estão também extraindo petróleo por meio de fraturamento hidráulico, petróleo vindo dos Estados Unidos e outros países. Isso é preocupante do ponto de vista ambiental. É um problema enorme porque prejudica o meio ambiente. O fraturamento hidráulico não é uma alternativa se precisamos de outra política energética. Ou seja, temos muitas contradições.
Mudando um pouco de assunto, indo para grupos de extrema direita na Europa. Há na Alemanha o AfD [Alternativa para a Alemanha]. Recentemente, eles defenderam pautas racistas e islamofóbicas, e, ainda mais recentemente, uma agenda antivacina. Eu pergunto, primeiramente, qual é o status atual desse grupo na Alemanha e se há a possibilidade de eles crescerem e, talvez, unirem forças com outros grupos, como o Vox na Espanha, ou com governos como o Orbán, na Hungria, ou o Salvini, na Itália?
Na Alemanha temos a Alternative für Deutschland (Alternativa para a Alemanha) e eles não estão crescendo mais, o que é uma boa notícia. A má notícia é que eles são um grupo político ainda muito estável, ou seja, ainda precisamos lutar contra a Alternative für Deutschland e contra a extrema direita e partidos fascistas na Europa.
Por exemplo, na Itália tem-se hoje um grande problema que é: nas próximas eleições, pode ser que a extrema direita seja o primeiro partido na Itália, e talvez o primeiro-ministro seja do partido Fratelli d'Italia. O Fratelli d'Italia é um partido pós-fascista ou, como prefiro dizer, um partido fascista. Este é um grande problema, não apenas para a Itália, mas para a Europa.
Acho que temos uma situação dialética. Me refiro às eleições na França. Houve, recentemente, as eleições na França com um grande sucesso da esquerda, pois o partido mais votado foi o NUPES, uma nova coalizão da esquerda. [NUPES] não é um partido, é uma coalizão. A esquerda foi bem-sucedida na França, mas, por outro lado, a extrema esquerda também, porque a Marine Le Pen, do Rassemblement National, um partido francês de extrema direita, também se saiu bem.
Então temos essa contradição, ou o que prefiro chamar de situação dialética. Acho que o melhor para combater a extrema direita é uma esquerda forte. Este é o nosso objetivo como esquerda europeia, nos tornarmos mais fortes.
Esse foi também o meu desafio quando fui eleito presidente do Partido da Esquerda Europeia. Disse "nós temos também que fortalecer nosso perfil político", como mencionei anteriormente, pois é muito importante ter uma esquerda forte, mas temos também que fortalecer a colaboração entre as forças da esquerda, as forças progressistas e as ecológicas.
Organizamos anualmente um fórum europeu como uma plataforma para o diálogo político entre a esquerda progressista e as forças ecológicas. Acho que é necessária uma ampla colaboração. Hoje nós ainda temos a situação alarmante de crescimento da extrema direita.
As razões para este crescimento são as deficiências das políticas neoliberais. Portanto, precisamos de uma alternativa política e estamos lutando como esquerda europeia, esquerda alemã por uma outra política, por uma outra alternativa.
Acho que o principal elemento dessa política é ter outra política econômica para abandonar a política neoliberal porque isso causa não somente grandes problemas sociais, mas também econômicos e por isso é um motivo para a ascensão da extrema direita e para termos outra política para abandonar a política neoliberal, ter mais investimentos públicos.
Por exemplo, como você mencionou no começo, precisamos dessa transformação socioecológica e também precisamos defender a democracia. Esse é um elemento muito importante, porque a democracia está sendo questionada pela extrema direita. Isto é algo que está muito claro na Hungria, por exemplo, ou na Polônia. E, claro, a paz também é muito importante para nós na luta por direitos igualitários para todos.
Saindo um pouco da Europa, como o senhor vê o efeito que as próximas eleições podem ter? Que tipo de consequências essas eleições podem trazer para a Europa? Me refiro às eleições no Brasil, no curto prazo, mas também a perspectiva das eleições nos Estados Unidos no futuro, a direita retornando com uma figura como o Donald Trump no governo. Tivemos boas notícias, por exemplo, na América Latina com a eleição de [Gustavo] Petro na Colômbia, [Gabriel] Boric no Chile. Como o senhor vê esses movimentos e os efeitos que podem ter sobre a Europa?
Penso que esses movimentos são muito importantes também para nós, europeus, pois temos uma relação muito próxima com a esquerda na América Latina, por exemplo. Acho que nos últimos anos ou últimos meses tivemos notícias muito boas, como mencionou, na Colômbia e também no Chile. Esperamos que o referendo no Chile, em 4 de setembro, seja positivo para a nova Constituição. Será algo muito importante.
A mudança na Colômbia é algo histórico, algo novo, particularmente no caso colombiano. Foi algo muito bom. As eleições no Brasil são de grande importância. Todos nós esperamos que Lula seja o próximo presidente do Brasil porque se Bolsonaro ganhasse seria muito ruim não somente para o Brasil, mas também para nós, europeus, pois haveria um eixo entre Trump, nos Estados Unidos, e Bolsonaro, no Brasil. Há uma cooperação forte entre os dois e isso é um grande problema.
Mas a respeito das próximas eleições nos EUA, elas também serão muito importantes. Não creio que o Trump se candidatará para as próximas eleições presidenciais, porém nunca se sabe o que vai acontecer nos EUA. Espero que haja uma alternativa.
Para mim a esquerda nos EUA é bastante importante. Enquanto esquerda europeia e também alemã, temos uma cooperação muito boa com a DSA, os Socialistas Democráticos da América, e espero que eles aumentem sua influência nos partidos democráticos, algo fundamental.
[Bernie] Sanders foi, certamente, um ponto de referência, mas precisamos de mais organizações fortes de esquerda nos partidos democráticos. E acho que isso seria muito importante para as forças de esquerda democráticas, diria que para as forças democráticas nos EUA e isso teria uma influência muito positiva sobre a Europa.
Isso estava acontecendo na América Latina, há dois ou três anos, tínhamos uma situação totalmente diferente, porque havia uma onda conservadora, das forças de direita. E agora temos uma nova situação após as eleições no Chile, com a ascensão de Boric à presidência com todas as contradições que existem. É algo bastante normal.
A situação na Colômbia é muito difícil. Situação também complicada, infelizmente, em Cuba, que ainda sofre um bloqueio. Estive em Cuba em fevereiro e vi a alta inflação no país, o que prejudica muito o povo e, portanto, temos que trabalhar contra o bloqueio dos EUA.
O Brasil é decisivo. Acho que as eleições no Brasil são decisivas para o Brasil, para a América Latina. É de importância global, muito relevante para nós na Europa.
Vou dizer algumas frases sobre a Europa, retornando á questão da guerra na Ucrânia. Há uma situação muito complicada quanto à União Europeia porque a União Europeia, hoje, é apenas uma aliada dos EUA. Ela deveria ter um papel mais independente e autônomo. Este é um desafio enorme e precisamos disso.
Se a esquerda e as forças progressistas também na América Latina lograrem sucesso, isso poderia ter um efeito positivo também sobre a Europa e União Europeia, tornando-as mais independentes e autônomas.
Nós conversamos sobre a divisão da esquerda europeia e todas as contradições que estão postas hoje em dia. Pensando na situação que temos hoje, a quais forças políticas devemos estar atentos na Europa? Digo, as de esquerda que poderiam alcançar algo em seus países e poderiam também contribuir para essa união [de forças]. E quais serão os pontos onde pode-se fazer pressão caso pudesse escolher algumas das coisas mais importantes que deveriam ser tratadas atualmente na Europa?
Acho que, sobre a situação na Europa, infelizmente, a esquerda não é está muito forte. No Parlamento Europeu, eles têm um grupo bem pequeno, não é muito grande. Mas, por outro lado, como citei antes, temos uma outra situação agora na França com a vitória da esquerda, temos desenvolvimentos promissores na Espanha. A esquerda lá é parte do governo.
A esquerda também integra o governo finlandês e, portanto, temos algumas experiências. Temos também desenvolvimentos promissores na Grécia, pois o Syriza ainda é um partido forte da esquerda. Teremos eleições no ano que vem e há a possibilidade de o Syriza ganhá-las.
Mas para mim é muito importante que tenhamos uma maior cooperação. Não é sempre fácil, mas temos que manter contato com as forças como a esquerda dos partidos social-democratas e dos socialistas. Um grande problema são os Verdes [Partido Verde Alemão] quando falamos dessa colaboração, pois eles são muito a favor do envio de armas, e nós somos contra. Por isso temos um grande problema com os Verdes na Alemanha.
No nível da política europeia, as coisas são um pouco diferentes, pois a esquerda europeia tem colaborações com o partido europeu dos Verdes, ou seja, as coisas estão andando. Acho que precisamos de uma aliança mais ampla da esquerda e das forças progressistas.
É muito importante para nós a cooperação com os sindicatos. Como parte da esquerda europeia, atualmente temos uma ótima relação, o que não era o caso no passado. Hoje temos um ótima cooperação com as organizações sindicais europeias, com IndustriALL [federação sindical global], CCC Industrial, organização sindical da indústria, sindicatos na Europa.
Temos também com a confederação sindical europeia uma boa cooperação porque temos objetivos em comum, como por exemplo uma transformação socioecológica, que é uma grande questão também para os sindicatos. Proteger os trabalhadores, transformar a indústria, do ponto de vista ecológico, o que é muito bom. Temos que fortalecer também a nossa cooperação com movimentos sociais. Na América Latina, em particular, está é uma importante questão: a cooperação com movimentos sociais. Mas também na Europa há agora cooperações de combate à crise climática como, por exemplo, Fridays for Future.
É muito importante fortalecer essas colaborações, são importantes para a Europa. Temos agora um panorama em mudança no continente. Na minha opinião, há alguma esperança também de fortalecer a esquerda, uma vez que tivemos uma situação social e econômica muito difícil não apenas na Alemanha, quanto aos preços da energia e comida, a disparada de preços é uma realidade em todos os outros países europeus. Isso oferece à esquerda a oportunidade de fortalecer-se na política.
Edição: Thales Schmidt