O jovem músico Luiz Carlos Justino, de 26 anos, voltou a ser detido injustamente pela Polícia Militar do Rio de Janeiro na última terça-feira (23). Ele voltava de um partida de futebol com um grupo de amigos quando foi abordado por uma blitz em Charitas, bairro do município de Niterói, na região metropolitana do Rio.
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É a segunda vez em dois anos que o violoncelista da Orquestra de Cordas da Grota, de Niterói, é preso sem provas pela polícia. Na primeira vez, em 2020, o jovem ficou preso quatro dias após reconhecimento fotográfico feito por uma vítima de assalto. Ele foi absolvido pelo juiz Gabriel Stagi Hossman por total falta de provas.
No mesmo dia e horário, o jovem estava trabalhando. Registros em vídeo comprovaram a defesa. O juiz que expediu o alvará de soltura, André Luiz Nicolitt, demonstra desconfiança sobre o método de reconhecimento da polícia.
"Causa perplexidade como a foto de alguém primário, de bons antecedentes, sem qualquer passagem policial vai integrar álbuns de fotografias em sede policial como suspeito”, afirmou o magistrado na época.
Nas redes sociais, Luiz gravou um vídeo sobre o ocorrido na última terça (23). Ele relatou que foi impedido de se comunicar enquanto estava sob custódia na delegacia, e que a polícia cometeu o "engano" porque o mandado de prisão pelo suposto assalto ainda estava em aberto.
"Tive de comprovar de novo que eu não sou um bandido. Prometeram pra mim que iam dar baixa no processo porque consegui comprovar que não tinha nada a ver. E ninguém consegue me explicar isso. Aconteceu comigo de novo, agora que estou me recuperando. Todos deveriam ter o direito de ir e vir, direito de se divertir. Mas algumas pessoas dão proibidos, só por causa da nossa cor", disse o jovem que é casado e tem uma filha de 5 anos.
O Espaço Cultural da Grota prestou solidariedade ao violoncelista. O texto afirma que Luiz está sendo amparado pela família e amigos, e se recuperando, mais uma vez, de uma injustiça.
"Já estamos em contato com os advogados e oferecendo ao nosso querido Luiz todo o suporte necessário. Vamos até o fim na apuração desse caso, para que uma atrocidade dessas não se repita", afirma o projeto que o músico frequenta desde criança.
Edição: Clívia Mesquita