O presidente Andrés Manuel López Obrador assinou o decreto de criação da empresa estatal Lítio para México (LitioMx) nesta quarta-feira (24), cumprindo com promessas de campanha. Até o momento, o México encontrou cinco reservas do mineral estratégico da transição energética nos estados de Puebla, Jalisco e Sonora, mas há indícios da presença do minério em 18 estados.
A criação da empresa acompanha o projeto de Lei de Mineração, proposto pelo partido governante Movimento Regeneração Nacional (Morena) e aprovado no Senado em abril deste ano, que previa o controle estatal sobre a extração mineral no país.
Segundo as autoridades mexicanas, a empresa ficará sob gestão da Secretaria de Energia, subordinada ao Ministério da Fazenda, Economia, Governo e Meio Ambiente. O conselho administrativo da empresa deverá ser formado nos próximos dois meses e a companhia inicia atividades num prazo máximo 180 dias.
:: Opinião | Eleições e a Quarta Transformação de López Obrador no México ::
"Temos esse recurso e vamos colocá-lo à disposição da indústria automotiva que está fabricando automóveis e autopeças aqui no México", disse AMLO durante sua conferência de imprensa diária.
O lítio, considerado o "ouro branco", é um mineral estratégico para o desenvolvimento do setor tecnológico, sendo usado como base na produção de baterias de alto rendimento e outros componentes para smartphones e carros elétricos.
Saiba mais: As multinacionais, o valioso lítio da Bolívia e a urgência de um golpe
De acordo com o Centro Estatístico Geológico dos Estados Unidos (USGS, na sigla em inglês), o México poderia ocupar a 10ª posição mundial em reservas de lítio, com cerca de 2% do mineral encontrado até agora em apenas 23 países.
Até o momento, todas as reservas encontradas estão em fase de exploração, sem iniciar a atividade extrativista. Essa etapa pode durar até 20 anos de estudos.
Além do México, na América Latina, o chamado Triângulo do Lítio, formado por Argentina, Chile e Bolívia, concentra 68% das principais reservas mundiais do lítio em Salares, de mais fácil exploração e maior rentabilidade econômica.
* Com informação de La Jornada, Telesur e La Razón
Edição: Thales Schmidt