Cuba e Irã discutem novos acordos comerciais para desenvolver a indústria na ilha caribenha e ampliar mercados para a exportação de produtos iranianos. O embaixador cubano em Teerã visitou a empresa Iran Tractor Manufacturing Industrial Group no último domingo (14), e ali solicitou o lançamento de uma linha de produção de tratores no seu país.
"Cuba poderia ser a base de exportação de tratores e produtos iranianos para a América Latina", disse Alberto González Casals durante visita à fábrica em Tabriz, noroeste do Irã. O embaixador cubano ainda destacou que, por conta das sanções, a indústria iraniana deveria tornar-se um exemplo de autossuficiência para outros países que sofrem com as medidas coercitivas unilaterais aplicadas pelos Estados Unidos.
Desde a década de 1960, Cuba enfrenta um bloqueio econômico que já gerou cerca de US$ 147,8 bilhões em prejuízos, de acordo com levantamento do governo cubano. Somente durante a administração Trump foram impostas 243 novas sanções. Apesar de Joe Biden ter assumido com a promessa de normalizar as relações com a ilha, na prática manteve todas as sanções aplicadas pelo seu antecessor.
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Já o Irã sofre embargos desde 1979, iniciados com a Revolução Iraniana. Mais recentemente, em 2018, a Casa Branca rompeu com o Pacto Nuclear assinado entre França, Inglaterra, Alemanha, Rússia, China e Irã em 2015, (JCPOA - em inglês), e aplicou novas medidas coercitivas unilaterais. Somente em 2019, o PIB iraniano retraiu 6,8% por conta das sanções estadunidenses.
Além da proibição de importação de produtos com componentes estadunidenses, Teerã também sofre com bloqueios contra embarcações que escoam as exportações do país e o congelamento de US$ 10 bilhões (cerca de R$ 55 bilhões) em ativos no exterior.
Em maio deste ano, Cuba e Irã já haviam assinado 34 projetos de cooperação industrial e comercial. Os dois países também desenvolveram juntos estudos clínicos para a criação de vacinas contra a covid-19.
"As relações diplomáticas estão no nível mais alto e temos o propósito de ampliar a cooperação", destacou o embaixador Alberto González Casals.
* Com informação de Hispantv e Cuba Debate
Edição: Arturo Hartmann