Em mansão na Flórida

FBI apreende documentos confidenciais dos EUA durante busca na casa de Trump, diz jornal

Segundo o "The Wall Street Journal", arquivos "ultrassecretos" e de "informação sensível" foram recuperados

São Paulo (SP) |
FBI realizou mandado de busca e apreensão em mansão de Trump na Flórida - AFP

O FBI recuperou diversos documentos confidenciais que estavam em posse do ex-presidente dos EUA Donald Trump e que não deveriam ter deixado as dependências do Estado. A informação foi revelada nesta sexta-feira (12) pelo jornal estadunidense The Wall Street Journal. Segundo o periódico, 11 conjuntos de documentos classificados como "ultrassecretos" e de "informação sensível" foram apreendidos pelas autoridades durante a execução de um mandado de busca na residência do republicano em Mar-a-Lago, no estado da Flórida, na última segunda-feira (8).

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De acordo com documentos aos quais o jornal teve acesso, o FBI também retirou cerca de 20 caixas que continham documentos, fotos e bilhetes escritos à mão, incluindo o indulto que Trump concedeu ao lobista de extrema direita Roger Stone durante seu mandato e informações sobre o "presidente da França". 

Nesta quinta-feira (11), o jornal Washington Post afirmou que, segundo fontes ligadas à investigação, o FBI também buscava documentos secretos sobre armas nucleares. "Especialistas em informação confidencial disseram que a busca incomum levanta grave preocupação em autoridades do governo sobre o tipo de informação que eles pensavam que poderia ser encontrada [na residência] de Trump em Mar-a-Lago e potencialmente em risco de caírem em mãos erradas", afirmou o periódico.

Na segunda-feira, o próprio ex-presidente divulgou que sua casa na Flórida estaria sendo "cercada, invadida e ocupada por um grande grupo de agentes do FBI". "Essa busca não anunciada em minha casa não era necessária ou apropriada", reclamou.

Apesar de afirmar que não poderia comentar a investigação, o procurador-geral dos EUA, Merrick Garland, disse nesta quinta-feira que "aprovou pessoalmente" a busca realizada na residência do republicano.

"Aprovei pessoalmente a decisão de solicitar um mandado de busca neste assunto. O departamento não toma tal decisão de maneira leviana", disse o procurador à imprensa.

Garland ainda criticou "ataques infundados" contra o FBI, e embora não tenha explicado as razões da operação, afirmou que existe uma "causa provável" e que já havia solicitado à justiça a publicação de documentos referentes ao caso.

Trump, que segue alegando que venceu as eleições presidenciais de 2020 e é cotado como um dos possíveis candidatos do Partido Republicano para o próximo pleito norte-americano, está sendo investigado pelo Departamento de Justiça por ter incitado apoiadores a invadirem o Capitólio no dia 6 de janeiro do ano passado, na tentativa de impedir a posse do democrata Joe Biden.

Edição: Felipe Mendes