O presidente do Peru, Pedro Castillo, recusou na noite desta sexta-feira (5) o pedido de renúncia do primeiro-ministro Aníbal Torres, que segue no cargo dentro do Conselho de Ministros.
Pelo Twitter, o mandatário afirmou que não aceitou o pedido e que o premiê se "comprometeu" a seguir "trabalhando" pelo Peru. "Não aceitei a demissão do primeiro-ministro, Aníbal Torres, que está empenhado em continuar a trabalhar pelo nosso país", disse Castillo.
Torres assumiu o cargo de primeiro-ministro do Peru em fevereiro de 2022, após a renúncia de seu antecessor, Hector Vale, acusado de agressão e violência doméstica.
O premiê havia colocado seu cargo à disposição na última quarta-feira (3) alegando motivos pessoais para deixar a Presidência do Conselho de Ministros peruano. No comunicado de renúncia, Torres havia agradecido a confiança que Castillo depositou nele.
Antes de ratificar Torres como primeiro-ministro do país, o presidente peruano convocou as bancadas parlamentares para apresentar propostas, com o objetivo de integrar as mudanças no novo gabinete, que seria de "base ampla".
A renúncia do presidente do Conselho de Ministros havia sido anunciada em meio à crescente instabilidade que o governo Castillo enfrenta.
Mudanças no gabinete
Embora tenha rejeitado a renúncia de Torres, Castillo fez mudanças nos Ministérios do Trabalho, Relações Exteriores, Habitação, Economia, Cultura e Transportes e Comunicações.
O novo gabinete inclui Miguel Rodríguez Mckay, que assume o cargo de ministro dos Negócios Estrangeiros, em substituição de César Landa. Enquanto Kurt Burneo é empossado como novo chefe da pasta da Economia e Finanças, em substituição de Óscar Graham.
Há também o retorno da parlamentar Betssy Chávez ao assumir a pasta da Cultura. Salas, ex-chefe do referido setor, passaria a comandar o escritório trabalhista.
Desde que assumiu a Presidência em julho de 2021, Castillo teve que mudar repetidamente de gabinete. No total, ele prestou juramento a mais de 60 funcionários, o que é um recorde na história do país sul-americano e reflete a fragilidade institucional com que o mandatário governou.
(*) Com Telesur.