A vereadora Marielle Franco (Psol), assassinada em 2018 junto ao seu motorista Anderson Gomes, ganhou, na última quarta-feira (27), dia em que completaria 43 anos, uma estátua em sua homenagem. A obra foi instalada no buraco do Lume, no centro do Rio de Janeiro, local em que Marielle ia todas as sextas-feiras prestar contas de seu mandato à população carioca.
A iniciativa foi do Instituto Marielle Franco, uma das muitas sementes deixadas pelo trabalho em prol dos direitos humanos da vereadora. O instituto realizou uma vaquinha virtual em 2021 e conseguiu cerca de 650 doações, que totalizaram R$ 40 mil, para a construção da estátua de bronze em tamanho real, feita pelo artista plástico Edgard Duvivier.
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O evento de inauguração reuniu familiares, amigos e milhares de apoiadores de Marielle que foram prestigiar a memória da vereadora. A irmã de Marielle, Anielle Franco, é diretora executiva do Instituto Marielle Franco e ficou muito emocionada durante toda a solenidade: “a gente está aqui hoje, um dia que a gente estaria celebrando 43 anos da minha irmã, inaugurando essa estátua que para mim ressignifica memória, luta, dor, saudade desse dia importante”.
Anielle também destacou que o assassinato da vereadora e de seu motorista ainda seguem sem conclusão. “Lembrando que a gente ainda não sabe quem mandou matar a Mari, e inaugurar essa estátua hoje neste lugar onde ela discursou tantas vezes, conheceu pessoas, fortaleceu laços é muito importante. É emocionante”, disse Anielle.
A integrante do Movimento Unido dos Camelôs (MUCA), Maria dos Camelôs, compareceu à inauguração e lamentou pela trajetória de luta de Marielle ter sido interrompida tão cedo.
“Marielle deixou um buraco na nossa vida e a gente vai sempre pensar e lembrar com essa memória muito grande que vai ficar para gente e que não vai passar nunca. História, memória, saudade, luta, resistência. Marielle presente na nossa vida sempre”, falou Maria.
Durante o evento foi realizada uma aula pública com o tema “A memória é a semente para novos futuros: legado, justiça e reparação”, além de uma batalha de poesia sobre a memória de Marielle.
O companheiro de partido de Marielle, o vereador Tarcísio Motta do Psol falou da importância da preservação da memória de Marielle por conta de todo seu trabalho como vereadora, mas também cobrou justiça pelo crime.
“[Hoje} é um ato de cobrança por justiça para que a gente saiba quem mandou matar Marielle, quem matou Marielle e Anderson, porque isso aconteceu, quais foram os motivos desse brutal assassinato. A gente precisa lembrar que esse assassinato político marca de certa forma esse período do ódio na política que estamos vivendo agora e que precisamos superar”, explicou o vereador.
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O estudante da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), Daniel Costa, aproveitou a data para lembrar que o trabalho que Marielle realizava para conquistar uma sociedade melhor deve ser continuado por todos.
“A gente está aqui reunido não para celebrar, mas para reviver um pouco dessa memória, lembrar do porque a gente continua aqui, e lembrar também que o Brasil que a gente vive hoje é um Brasil que voltou para o mapa da fome, um Brasil que vive um dos piores momentos da história”, relatou o estudante.
A vereadora Marielle Franco foi assassinada em 14 de março de 2018, no centro do Rio de Janeiro, quando voltava de um evento. Ela e seu motorista Anderson Gomes tiveram o carro alvejado por tiros. Até hoje, os mandantes do crime não foram encontrados.
Edição: Mariana Pitasse