Rio de Janeiro

EDUCAÇÃO

Professores da rede municipal do Rio de Janeiro fazem greve de 24 horas por melhores salários

Sindicato da categoria afirma Eduardo Paes "não trata a educação como prioridade, nem administra a rede como se deve"

Brasil de Fato | Rio de Janeiro (RJ) |
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Após assembleia às 9h no Estácio, profissionais da educação vão marchar até a sede administrativa da Prefeitura do Rio, na Cidade Nova - Reprodução

Os professores da rede municipal do Rio de Janeiro farão uma greve de 24 horas na próxima terça-feira (2) por melhores condições de trabalho e para que reivindicações salariais sejam atendidas. Um comunicado do Sindicato Estadual dos Profissionais de Educação (Sepe-RJ) afirma que o governo do prefeito Eduardo Paes (PSD) "não trata a educação como prioridade, nem administra a rede como se deve".

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No dia da greve, que marca também o retorno dos alunos às aulas, haverá uma assembleia dos profissionais de educação às 9h na quadra da escola de samba Estácio de Sá, no bairro do Estácio, e, em seguida, um ato com caminhada que seguirá até a sede administrativa da Prefeitura do Rio, no edifício da Cidade Nova.  

Representantes da categoria afirmam que faltam vagas nas creches, EDI (Espaço de desenvolvimento infantil) e pré-escolas; as turmas estão lotadas em todos os segmentos; unidades escolares com estruturas precárias e arcaicas; há uma grande carência de profissionais da educação no chão das escolas, o que sobrecarrega o trabalho de todas/os.

Reajuste

O Sepe argumenta, ainda, que a Prefeitura do Rio impõe aos profissionais da educação um arrocho salarial que acumula três anos sem reajuste e sem recomposição das perdas que chegam a 30,15% (INPC-Dieese), com triênios congelados e mais de dez anos sem reajuste no vale alimentação.

O sindicato também chamou de "educação bancária" a condução de Renan Ferreirinha à frente da Secretaria Municipal de Educação, atualmente licenciado do cargo para concorrer a uma vaga como deputado federal. Segundo o Sepe, o então secretário "promoveu uma reforma curricular semelhante à do Novo Ensino Médio sem discussão com as/os educadores e o SEPE-RJ; destinou recursos públicos para parcerias educacionais como a Fundação Roberto Marinho".

Pautas

Em outro trecho, o Sepe-RJ afirma que o município "promove a volta da desastrosa política de meritocracia com o 14° salário que não leva em consideração a diversidade da rede e busca transferir a responsabilidade do fracasso escolar aos profissionais da educação, premiando as exceções e com maquiagem de dados da realidade".

Os profissionais, no comunicado, afirmam que a Prefeitura obriga os professores a cumprir a maior parte do tempo do 1/3 extraclasse dentro da escola, "como uma espécie de castigo, e esse direito sequer é garantido a todas/os, como é o caso de quem atua na educação infantil".

Eles reclamam da ausência de um plano de carreira unificado e afirmam que há uma tendência a completa terceirização de algumas
carreiras, como é o caso das cozinheiras escolares e das equipes de limpeza. "São os trabalhadores terceirizados que mais se encontram fragilizados no ambiente escolar, com risco de demissões e consecutivos atrasos de salários". 

Edição: Eduardo Miranda