A bancada ruralista é uma das maiores e mais atuantes do Congresso Nacional. Com deputados que representam os interesses dos grandes produtores rurais e latifundiários, o grupo tem grande influência nas discussões, articulações e negociações de políticas públicas no âmbito do Poder Legislativo.
Projetos como os chamados PL da Grilagem, PL do Veneno e PL da mineração estão entre as pautas defendidas pelos parlamentares que compõem o núcleo.
Para que as propostas cheguem ao Congresso, no entanto, há um caminho a ser percorrido, que, antes, passa pelos interesses econômicos empresariais. É o que revela o dossiê do observatório jornalístico De Olho nos Ruralistas, publicado no dia 19 de julho, intitulado “Os Financiadores da Boiada: como as multinacionais do agronegócio sustentam a bancada ruralista e patrocinam o desmonte socioambiental".
Em entrevista à edição desta quinta-feira (21) do programa Bem Viver, o coordenador de projetos da agência investigativa, Bruno Bassi, elenca as etapas para a formulação das pautas.
"Saem das empresas, das vontades das empresas, interesses econômicos. Elas são filtradas pelas associações, que fazem a ponte com o [Instituto Pensar Agro] IPA, que, por sua vez, transforma em demandas legislativas para os parlamentares", explica.
Bassi destaca que não se trata de uma prática ilegal, porém há um desequilíbrio quando se compara a receptividade às pautas que interessam ao agronegócio em relação àquelas que são demandas dos movimentos do campo, dos pequenos produtores da agricultura familiar, por exemplo.
As populações do campo não estão representadas. Elas são o alvo dessas medidas legislativas propostas por essa frente. O grande impacto se dá justamente nesse desequilíbrio entre os interesses privados e um completo afastamento da sociedade civil", acrescenta.
O dossiê mostra que, durante o governo de Jair Bolsonaro, empresas do setor se reuniram pelo menos 278 vezes com membros do alto escalão do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa). Em pauta, temas como a flexibilização de regras para agrotóxicos, a autorização de testes de novas substâncias químicas direto em campo (ao invés de laboratórios) e a autofiscalização sanitária.
Degradação
Um dos rios mais importantes do país, o São Francisco tem sofrido com a degradação ao longo dos anos. Entre 1985 e 2020, o Velho Chico perdeu 50% da superfície de água natural. O dado integra um estudo lançado pela iniciativa MapBiomas.
O cenário é atribuído às ações humanas, principalmente. Segundo a pesquisa, o uso da terra na bacia se intensificou no período. Atualmente, a cobertura de vegetação nativa nessa área é de 57%, mas chega a apenas 30% no Baixo e 37% no Alto São Francisco.
Receita
A edição desta quinta-feira também traz uma receita que tem um alimento típico da estação como ingrediente principal: risoto cremoso de pinhão.
O fruto da araucária começou a ser colhido em abril. Rico em carboidratos, fibras e minerais, a semente faz sucesso durante as festas juninas e julinas, especialmente nas regiões Sul e Sudeste do Brasil.
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Edição: Geisa Marques
