Rio de Janeiro

Cenário de guerra

Operação policial deixa ao menos quatro mortos no Complexo do Alemão

Moradores foram acordados de madrugada com tiros e barulho de helicópteros em vários pontos da comunidade

Brasil de Fato | Rio de Janeiro (RJ) |
A PM afirmou que foram enviados 400 policiais para a ação, quatro aeronaves e 10 blindados - Reprodução

Na madrugada desta quinta-feira (21), moradores do Complexo do Alemão foram acordados com tiros e barulho de helicópteros em vários pontos da comunidade. Horas mais tarde, foram confirmadas quatro mortes que, segundo a Polícia Militar, são uma moradora, um agente policial e dois suspeitos. 

O cenário de guerra faz parte de uma operação conjunta das polícias Militar e Civil para combater o roubo de veículos, de carga e a bancos. Em nota, a corporação afirmou que foram enviados 400 policiais para a ação, quatro aeronaves e 10 blindados.

Após cerca de cinco horas de duração da operação, mototaxistas fizeram um protesto uma das entradas da comunidade, conforme vídeo divulgado pelo jornal A Voz das Comunidades.

 

 

Uma das vítimas identificada como Letícia Marinho, de 50 anos, foi baleada dentro do carro por policiais e chegou morta à Unidade de Pronto-Atendimento (UPA) do Alemão, segundo familiares. Ela era moradora do Recreio dos Bandeirantes, na zona Oeste da cidade, e estava saindo da casa do namorado quando foi baleada em um sinal de trânsito. Ela deixa três filhos e um neto.

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Ainda de acordo com Voz das Comunidades, um morador filmou três caveirões subindo em um dos acessos da localidade, no fim da madrugada. Em outro vídeo, uma moradora se desespera, ficando em um beco sem saída com seu irmão e seu filho. Nas imagens, ela relata que “os PMs passaram atirando”. Os vídeos não serão divulgados para manter o sigilo dos moradores.

Há outra denúncia também de que policiais invadiram casas, sem autorização judicial.

Ao portal G1, o tenente-coronel Ivan Blaz, porta-voz da PM, justificou a ação. “É uma operação que se fazia necessária por conta das ações criminosas que os marginais dessa comunidade vêm desempenhando em diferentes pontos do Estado do Rio de Janeiro”, disse Blaz.

Edição: Mariana Pitasse