A falta de credibilidade o deixa cada vez mais isolado, mas isso é insuficiente para fazê-lo ceder
Que o atual presidente da República é uma pessoa desqualificada para o cargo que exerce já ficou claro nesses quase quatro anos de mandato. Que ele ficou 27 anos como deputado e aprovou apenas dois projetos de lei também é de domínio público, assim como a população sabe que ele foi um péssimo militar, expulso do Exército por tentativas golpistas.
Agora, o que precisamos mostrar para as pessoas, é que Bolsonaro quer criar um clima de caos e medo para desestabilizar o processo eleitoral e ameaçar a democracia. Sua tática golpista inclui campanha sistemática contra as urnas eletrônicas, ataques aos demais poderes, especialmente ao Tribunal Superior Eleitora (TSE) que comanda as eleições nacionais, discurso de ódio contra tudo que seja diferente de sua mentalidade doentia e incentivo explícito e subliminar à violência. Isso já gerou ataques terroristas a eventos de campanha de seu adversário, assassinatos e agressões diárias.
A última patacoada do ocupante do Planalto foi reunir embaixadores para falar mal do Brasil e de seu processo eleitoral, reconhecido mundialmente como dos mais seguros e invioláveis.
:: Bolsonaro espalha fake news contra sistema eleitoral para embaixadores; oposição vai à Justiça ::
Felizmente, todos os setores nacionais e internacionais identificaram e condenaram a tentativa de preparar o mundo para a contestação das eleições mediante previsível derrota. Os comandos militares foram convidados à reunião e declinaram. Os embaixadores saíram constrangidos e vários trataram de, na sequência, declararem que o sistema eleitoral brasileiro é seguro e não há motivos para duvidar. A embaixada americana chegou a emitir uma nota expressando a confiança no sistema eleitoral brasileiro e a certeza que o resultado será respeitado. Foi a primeira vez que os Estados Unidos se posicionaram claramente contra o golpismo urdido por Bolsonaro.
A imprensa internacional também denunciou e a linha de frente de sua própria campanha à reeleição considera que foi um tiro no pé. Os profissionais que fazem a campanha do atual presidente haviam recomendado que ele vendesse uma versão mais light e menos belicista. Depois da reunião com os embaixadores desistiram de tentar convencê-lo, se deram por vencidos.
A falta de credibilidade o deixa cada vez mais isolado, mas isso é insuficiente para fazê-lo ceder. É preciso que as instituições e autoridades condenem, como fizeram, todas as ameaças e atitudes golpistas. Porque isso vai se repetir até que ele não tenha mais condições de gritar contra a democracia, quando deixar o Planalto e for condenado por seus crimes de lesa-pátria.
:: TSE rebate acusações e fake news de Bolsonaro contra o sistema eleitoral e urnas eletrônicas ::
Ser golpista e antidemocrático está no DNA de Bolsonaro. Ouso dizer que, mesmo que ele ganhasse as eleições, faria novamente um governo de ataque à democracia e às instituições do país. Simplesmente porque ele não é do convívio democrático ou do debate político.
O Brasil tem um presidente que é um verdadeiro deserto de ideias, que se satisfaz com a truculência, com a doença e a morte. No governo, nunca apresentou uma proposta que favorecesse o povo. Com candidato, continua na mesma toada.
Por tudo isso, é fundamental ampliar o leque de alianças em torno da candidatura capaz de derrota-lo e de garantir a democracia no pais. Mesmo que seja difícil, a nossa resposta precisa ser somente ao nível das ideias, mostrando ao povo que é possível melhorar a vida e reconstruir o país. Precisamos de paz e serenidade para garantir eleições tranquilas e que prevaleça a vontade do povo.
Edição: Glauco Faria