Na tarde da última terça-feira (12) foi realizada a audiência de custódia do anestesista Giovanni Quintella Bezerra, preso em flagrante por estuprar uma mulher durante o parto no centro cirúrgico do Hospital da Mulher Heloneida Studart, em São João de Meriti, na Baixada Fluminense. A polícia investiga se há pelo menos outras cinco vítimas.
Na sessão, a juíza Rachel Assad indeferiu a liberdade provisória e converteu a prisão em flagrante em preventiva. O processo tramita em segredo de Justiça para preservar a identificação da vítima.
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A juíza chamou a atenção para a gravidade do ato praticado pelo acusado, que sequer se importou com presença de outros profissionais, atuando ao seu lado, na sala de cirurgia.
“A gravidade da conduta é extremamente acentuada. Tamanha era a ousadia e intenção do custodiado de satisfazer a lascívia, que praticava a conduta dentro de hospital, com a presença de toda a equipe médica, em meio a um procedimento cirúrgico. Ele contou com a absoluta vulnerabilidade da vítima, já que ministrava sedativos em doses que assegurassem a absoluta incapacidade de resistir”, argumentou.
A magistrada destacou ainda a brutalidade e a crueldade da ação, divulgada pelos mais diversos meios de comunicação, demonstrando o mais completo desprezo do custodiado pela dignidade da mulher, pela ética médica e pelo compromisso profissional que firmara não havia muito tempo.
“Em um parto onde a mulher, além de anestesiada, dava luz ao seu filho – em um dos prováveis momentos mais importantes de sua vida – o custodiado, valendo-se de sua profissão, viola todos os direitos que ela tinha sobre si mesma. Portanto, o dia do nascimento de seu filho será marcado pelo trauma decorrente da brutal conduta por ele praticada, o que será recordado em todos os aniversários”, completou.
Com a mudança do status da prisão, o médico ficará preso por tempo indeterminado, tendo sua situação reavaliada se ultrapassar 90 dias. Neste tempo, o inquérito policial poderá ser concluído e entregue ao Ministério Público que decidirá pela denúncia ou não, e pela manutenção da prisão.
Quando chegou ao presídio Pedrolino Werling de Oliveira, o Bangu 8, detentos começaram a sacudir as grades, vaiar e xingar o anestesista, como forma de protesto. Giovanni Quintella foi enviado para o local por ser a cadeia que recebe presos com curso superior, mas ainda assim ficará em uma cela sozinho.
Edição: Mariana Pitasse