Um homem em situação de rua foi encontrado morto na calçada onde dormia no centro histórico do município de Petrópolis, na região serrana do Rio de Janeiro, na última terça-feira (28). A hipótese de morte por frio não está descartada. A madrugada de segunda-feira (27) para terça-feira (28) foi uma das mais frias da semana na cidade - com temperaturas mínimas atingindo 7°C.
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Segundo a imprensa local, o corpo do homem passou o dia inteiro na calçada da Rua do Imperador, em frente a um shopping, onde foi constatado o óbito. O corpo só foi removido às 17h pela Polícia Civil.
Ao Brasil de Fato, a assessoria de comunicação da Polícia Civil não informou o motivo da demora para a remoção. Por meio de nota, o órgão disse que “o corpo foi encaminhado ao Instituto Médico Legal (IML) da região para exame de necropsia, a fim de apurar a causa da morte”. Ainda de acordo com a assessoria, a investigação está em andamento para esclarecer o caso.
A reportagem também procurou a Prefeitura de Petrópolis, que informou que o homem era paciente do Centro de Atenção Psicossocial Álcool e Outras Drogas (Caps-AD) por ser usuário de drogas e ter transtornos mentais.
Segundo o município, por estar em situação de rua, ele já vinha sendo atendido pelas unidades da Secretaria de Assistência Social, entre elas, o Centro Pop, Núcleo de Integração Social (Nis) e a Unidade de Acolhimento Temporário (Unat).
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De acordo com a prefeitura, o homem foi atendido na última segunda-feira (27) pelos equipamentos de saúde e da assistência social do município.
“À tarde, na Unat, no bairro Retiro, o enfermeiro de plantão percebeu que ele estava agitado, por isso aferiu sua pressão. Como estava com sua pressão alterada, o profissional acionou o Samu [Serviço Móvel de Atendimento de Urgência] solicitando o atendimento. O Samu foi até o local, atendeu o morador ainda na unidade e o levou até a UPA [Unidade de Pronto Atendimento] Centro. Lá, foi constatado um quadro de intoxicação por uso de drogas. Ele chegou a ser medicado, mas removeu a sonda e se negou a permanecer na unidade", diz a nota.
A prefeitura ainda informou que a assistência social da UPA Centro chegou "a abordar o paciente e pediu para que ele aguardasse a chegada do transporte solicitado junto ao Centro Pop, mas ele insistiu em deixar o local sem a devida assistência”, conclui o texto enviado ao Brasil de Fato.
Onda de Frio
Segundo a prefeitura, a Secretaria de Assistência Social deu início em maio à Operação Inverno. Diariamente, uma equipe da secretaria percorre a cidade, buscando convencer as pessoas em situação de rua a dormir no Centro Pop.
“Elas não são obrigadas a ir para lá. A abordagem é um trabalho de conversa, esclarecimentos e convencimento. Muitas das pessoas abordadas não são de Petrópolis, outras possuem problemas mentais ou com álcool e drogas”, destacou o município.
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De acordo com o governo municipal, as pessoas que aceitam o convite para o acolhimento no Centro Pop passam pelo atendimento técnico e têm cama, cobertores, alimentação e banho.
Em maio, foram realizados, ao todo, 336 pernoites. Hoje, a Secretaria conta com 44 vagas por noite (podendo aumentar esse número, caso haja demanda para isso).
Edição: Mariana Pitasse