A Supervia confirmou a volta da linha expressa no ramal Santa Cruz para o dia 11 de julho. O presidente da concessionária, Antônio Carlos Sanchez, fez o anúncio durante a audiência pública da CPI dos Trens, na Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro (Alerj), na tarde última segunda-feira (20). Com a mudança, o tempo de viagem dos usuários da zona Oeste do Rio deve ser reduzido em uma hora.
O retorno do expresso Santa Cruz-Central do Brasil será gradual. No primeiro dia de operação, três trens serão disponibilizados nos horários de pico da manhã, entre 4h10 e 4h50. Já no dia 25 de julho, o serviço será estendido das 4 às 8h, e durante à tarde das 17h às 20h30, nos dois sentidos. A grade será totalmente normalizada a partir do dia 1º de agosto, retornando como era antes da pandemia.
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Entre Santa Cruz e Deodoro, o trem expresso para em todas as estações. Fora desse trecho, a composição para somente nas estações Madureira, Olímpica de Engenho de Dentro, Maracanã, São Cristóvão e Central do Brasil.
Em nota, a Supervia informou que "só será possível cumprir essa grade com os trens expressos caso não haja intercorrências na operação, como os furtos de cabos e vandalismos de equipamentos de infraestrutura, ações que têm afetado diariamente a circulação e a qualidade do serviço oferecido aos passageiros".
Com relação à segurança nas estações, Sanchez disse que tem se reunido com as polícias militar e civil. O presidente da Supervia afirmou que as delegacias de São Cristóvão (17ª DP), Madureira (29ª DP), Bangu (34ª DP) Nova Iguaçu (52ª DP) e Campos Elíseos (70ª DP) estão recebendo registros de ocorrência da concessionária desde o dia 6 deste mês.
Audiência
Na audiência pública, o relator Waldeck Carneiro (PSB) questionou os intervalos irregulares dos trens. O deputado lembrou que o cronograma da concessionária prevê médias de tempo de viagens que não estão sendo cumpridas nos horários de pico. A previsão de intervalo é de 6 minutos em Japeri (está em 10,7); 10 minutos em Gramacho (está em 18 minutos) e 27 minutos em Belford Roxo (está em 33,5).
“Em Belford Roxo, uma estação que considero estar semi-abandonada, vimos mini-lixões na vistoria da linha férrea. Isso não interfere no tempo de viagem?”, indagou Waldeck. “Sim, pois precisamos diminuir a velocidade dos trens em vários trechos”, respondeu Sanchez.
O relator da CPI finalizou as perguntas ao presidente da Supervia sobre investimentos futuros: “o Governo do Estado quer fazer o Metrô da Baixada através do Pacto RJ. Não seria mais adequado investir este recurso na modernização dos três ramais de trens que cortam a Baixada? Outra questão é que a concessão foi prorrogada até 2048. A Supervia está animada para operar o serviço por mais 26 anos?”, concluiu.
Edição: Clívia Mesquita