Degustação e venda de produtos da agricultura familiar e da economia solidária, festival gastronômico, encontros, palestras, seminários e muitas atrações culturais. É com essa oferta de atividades que a capital potiguar, Natal, recebe a primeira edição da Feira Nordestina de Agricultura Familiar e Economia Solidrária (Fenafes), desta quarta-feira até domingo (15 a 19 de junho). E o melhor: o evento é totalmente gratuito.
A feira, que está sendo chamada de "A Grande Festa da Colheita", acontece no Centro de Convenções de Natal (Via Costeira, s/n, Ponta Negra). Apesar do acesso livre para as atividades destinadas ao público em geral, é preciso se inscrever para garantir vagas e receber certificado de participação. Para isso, basta clicar neste link e preencher o formulário. No mesmo site é possível ter acesso à programação completa e detalhada.
Pela manhã acontecerá a programação formativa. A exposição e venda dos produtos, assim como as atividades culturais, estão programadas para acontecer a partir das 16h, de quarta a sábado. Estão confirmados nomes como Lia de Itamaracá, Mariana Aydar, Mestrinho, Carlinhos Zens, Cida Lobo, Circuito Musical, Deusa do Forró, Zé Hilton, Maciel Salú e Siba.
"A feira tem uma dimensão muito forte, que é negócios. Vamos expor todo o potencial produtivo e toda capacidade organizativa, por exemplo, que as cooperativas de agricultura familiar do nordeste, com apoio dos governos dos estados, vêm desenvolvendo nos ulitmos anos", explica o secretário de Agricultura Familiar do Rio Grande do Norte e coordenador da feira, Alexandre Lima, em entrevista ao Brasil de Fato. "Mas também é um momento de apresentar nossa cultura e nossa identidade", complementa.
Políticas públicas e desenvolvimento
A organização estima que a primeira edição da Fenafes deve ter participação de mais de 150 cooperativas e associações, somando mais de 500 expositores. No total, cerca de 10 mil participantes são esperados no Centro de Convenções de Natal nos cinco dias de evento.
"A festa representa exatamente isso: a agricultura familiar, além de ser a grande responsável pela produção de alimentos no nordeste, traz a dimensão da cultura e da tradição nordestina. Essa grande festa vai aliar todo potencial produtivo da agricultura familiar, e também reafirmar que esse grupo social é estratégico do ponto de vista da cultura, do meio ambiente, e um agente economicamente ativo que poderá contribuir para o desenvolvimento da região", destaca Lima.
O evento pretende fortalecer iniciativas que garantam a integração de políticas públicas articuladas em torno do Programa de Alimentos Saudáveis do Nordeste (PAS/NE). Além disso, pretende oferecer um espaço de troca de experiências sobre políticas públicas de apoio à agricultura familiar já em curso na região, envolvendo governos e movimentos sociais, além de fortalecer o cooperativismo solidário e o processo de comercialização.
Entre os temas que serão debatidos nas atividades de formação (como palestras, oficinas e cursos) estão acesso à terra; sistemas agroalimentares e produção de alimentos saudáveis; agroecologia; assistência técnica e extensão rural e acesso ao crédito; mudanças climáticas; e protagonismo feminino.
"Na hora que direcionarmos politicas publicas que efetivamente atendam a essa realidade agrária e social da agricultura familiar, teremos possibilidade de ampliar ainda mais a producao de alimento. E não é qualquer alimento: são alimentos saudáveis, que levam em consideração o protagonismo das mulheres rurais, que levam em consideração a producão agroecológica do semiárido. Estamos falando de outra matriz produtiva, outra forma de lidar com o meio ambiente e também de se relacionar do ponto de vista econômico", conclui o coordenador.
Edição: Nicolau Soares
