No último domingo (22), a Prefeitura do Rio de Janeiro informou em entrevista coletiva à imprensa sobre um plano de retomada do sistema integral de ônibus da cidade nos próximos sete meses. De acordo com Secretaria Municipal de Transportes (SMTR), atualmente 58% do sistema é considerado inoperante, ou seja só 42% da capacidade está na ativa.
O acordo entre a prefeitura e as empresas de ônibus foi fechado com mediação do Ministério Público do Rio (MP-RJ). O objetivo é recuperar o sistema rodoviário na cidade, aumentando a circulação de veículos, sem acréscimo no preço na passagem.
Para isso, o Rio de Janeiro irá criar um sistema de subsídio ao sistema de ônibus, que hoje é integralmente custeado pela tarifa de R$ 4,05 paga pelos passageiros.
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Segundo cálculos da SMTR o subsídio médio pago pela prefeitura será de R$ 1,78 por quilômetro percorrido pelos ônibus municipais. De acordo com estimativas, o gasto para os cofres públicos deve ser de aproximadamente R$ 300 milhões nos primeiros sete meses do acordo.
O mapeamento feito pela prefeitura apontou que 58% dos serviços prestados pelas empresas de ônibus hoje estão em estado crítico, com menos de 20% da frota exigida nos contratos de concessão circulando. Por isso, são considerados inoperantes.
Mais de 700 pontos de ônibus na cidade não dispõem de nenhuma linha operando nesse momento, afetando sobretudo bairros da zona oeste como Sepetiba, Santa Cruz, Campo Grande e Santíssimo, segundo informações do portal Uol.
Outros 18% dos serviços funcionam de maneira irregular, com as empresas empregando entre 20% e 80% da frota contratada. Apenas 24% cumprem o contrato — que estabelece um percentual mínimo de 80% dos ônibus circulando.
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De acordo com a SMTR, os subsídios serão feitos com base nos dados de GPS dos ônibus municipais que estejam circulando corretamente.
O prefeito, Eduardo Paes (PRB), explicou que as mudanças levarão tempo para serem sentidas pela população, mas afirmou que a negociação será um “um ponto de virada" no transporte carioca.
"Mudamos a lógica da remuneração das empresas. Estamos dando um incentivo para que tenhamos mais ônibus nas ruas. Quanto mais ônibus e mais quilômetros rodados, maior será o lucro das empresas. Elas estão recebendo um reajuste e quem vai pagar é a Prefeitura e não a população. O momento é o de não impactar o bolso do cidadão", disse o prefeito, durante a entrevista coletiva.
Edição: Mariana Pitasse