Eleições 2022

Dilma defende "frente política dos democratas" para vitória no 1º turno

Ex-presidenta aposta em aliança para conquistar "situação inquestionável de vitória eleitoral"

São Paulo (SP) |
Dilma Rousseff e Lula durante evento de lançamento da campanha do ex-presidente - Mauro Pimentel / AFP

Para a ex-presidenta Dilma Rousseff (PT), é necessário uma vitória significativa nas eleições presidenciais diante da prática do presidente Jair Bolsonaro (PL) de desacreditar o sistema eleitoral. A fala ocorreu nesta sexta-feira (13) durante live da Cúpula do Fim do Mundo da Internacional Progressista, em conversa com Jeremy Corbyn, liderança do Partido Trabalhista do Reino Unido.

"Tudo leva a crer que nós, sem sombra de dúvidas, vencemos no segundo turno, hoje o que nós estamos tentando é construir condições também para poder vencer não no segundo turno, como sempre vencemos as eleições, como aliás quase todos os presidentes venceram eleições no Brasil, mas no primeiro turno. Precisa, portanto, uma situação inquestionável de vitória eleitoral”, defendeu a ex-presidenta.

Dilma ressaltou que existe uma "frente política dos democratas" que percebeu que as próximas eleições serão uma disputa entre "civilização e a barbárie". Ela citou uma frase de Paulo Freire destacada pelo ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) durante o lançamento de sua candidatura em São Paulo de que é preciso unir os "convergentes" para derrotar os "divergentes".

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Uma vitória do PT significaria um fortalecimento da "onda progressista" que a América Latina registra com governos de esquerda ou centro-esquerda em países como México, Argentina, Chile, Bolívia e Honduras, afirmou Dilma, que também destacou a chance de Gustavo Petro vencer as eleições presidenciais na Colômbia.

“O presidente da República [Bolsonaro] ataca sistematicamente os juízes da suprema corte brasileira, desrespeita os juízes e mais, utiliza um pouco uma espécie de imitação e ameaça com uma reação similar àquela realizada pelos adeptos do presidente [Donald] Trump de questionar o resultado das eleições", disse a ex-presidenta.

Após ser derrotado nas urnas por Joe Biden, Trump incentivou teorias conspiratórias de que ele teria sido o real vencedor do pleito e tentou dar um golpe para reverter o resultado da eleição. Apoiadores do republicano invadiram o Capitólio dos Estados Unidos no dia em que o Legislativo certificaria o resultado das urnas.

Corbyn também defendeu a eleição de Lula e disse que há décadas trabalha pelas campanhas presidenciais do petista.

"Vamos estar com vocês em cada passo desta campanha. Vamos ter certeza de que vamos ganhar. Vencer pelos jovens, vencer pelos pobres, vencer pelo futuro do Brasil como uma sociedade que realmente se preocupa com todos e não apenas com os poucos ricos", disse o britânico.

Edição: Felipe Mendes