ELEIÇÕES

Lula celebra apoio da Rede e ironiza ameaças golpistas de Bolsonaro: "golpe será no fascismo"

"Vamos tirar da Presidência da República um cidadão que jamais deveria ter chegado lá", declarou ex-presidente

Brasil de Fato | Brasília (DF) |

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Lideranças da Rede em evento com Lula na manhã desta quinta-feira (28), em Brasília - Reprodução/Twitter

O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) comemorou a declaração de apoio que recebeu líderes e integrantes da Rede Sustentabilidade, na manhã desta quinta-feira (28), em um hotel na região central de Brasília. Durante o encontro com representantes do partido, o petista ironizou as ameaças golpistas feitas pelo presidente Jair Bolsonaro (PL): "Vai ter um golpe nesse país. No dia 2 de outubro [data do primeiro turno da eleição]. O povo brasileiro vai dar um golpe no fascismo e restabelecer a democracia".

O ex-presidente disse ainda que sua pré-candidatura representa "um movimento" para "reconstruir o Brasil". "Eu estou de volta para me candidatar porque eu quero provar, mais uma vez, e sei que não farei isso sozinho, que é possível mudar o país. Não é só entregar um papelzinho com propostas. Vocês, da Rede, vão ter que ajudar a executar as políticas públicas. Não podemos governar de dentro do gabinete. Nós temos que aprender a trazer o povo para participar", declarou.

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"Eu agradeço a decisão de vocês [da Rede]. Para mim, simboliza muito mesmo. Tem eleições que a gente pode até ganhar e não ter paixão, mas nessa eleição estamos juntando todas as pessoas de esquerda, de bem, de quem acredita que é possível construir um outro país. Vamos tirar da Presidência da República um cidadão que jamais deveria ter chegado à Presidência, porque ele mente todos os dias", complementou.

No discurso, o ex-presidente valorizou as ligações históricas entre figuras da Rede e do PT, como o ex-petista Randolfe Rodrigues (Rede-AP), um dos coordenadores do evento. "Muita gente da Rede nasceu do ventre e da ideia de criar o PT. Sei a importância do PT na história política do pais. Sei das divergências entre os partidos, sei também das divergências de outros partidos políticos", declarou.

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Lula ainda destacou a importância da Rede ao eleger, em 2018, a deputada federal Joênia Wapichana (Rede-RR), primeira mulher indígena eleita para o Congresso Nacional. "É um orgulho ver a primeira mulher índia eleita deputada federal", disse, discursando ao lado da congressista. Ele voltou a dizer que vai criar um "Ministério dos Povos Indígenas".

Segundo o ex-presidente, a ideia de construir o PT partiu da percepção que trabalhadores e grupos marginalizados não tinham representação política. "Em 1968 vim ao Congresso contestar um projeto de lei que proibia greves e criava categorias essenciais. Foi aí que eu descobri que praticamente não existiam trabalhadores no Congresso. Voltei para São Paulo com a ideia de criar um partido político."

Com lideranças, sem Marina

Com a presença de congressistas e dirigentes da sigla, o evento teve Randolfe Rodrigues na coordenação. Ele integra a campanha do petista ao Palácio do Planalto, mesmo antes da aprovação da direção de seu partido.

O ato teve a presença do deputado federal Túlio Gadelha (Rede-PE), que, junto de Joênia e Randolfe, tem pressionado para que a cúpula do partido apoie Lula desde o primeiro turno das eleições presidenciais de outubro. As ex-candidatas a presidente Marina Silva e Heloísa Helena não concordam com o movimento e não estiveram no evento na capital federal.

Nos bastidores, Lula tenta uma reaproximação com Marina, com apoio de Randolfe. A ex-ministra deixou o governo Lula em 2008 e se tornou uma voz crítica aos governos do PT. Apesar do esforço de lideranças da Rede, até o momento, contudo, ela resiste a fazer sinalizações favoráveis ao petista.

Dirigentes e políticos do PT também marcaram presença, assim como representantes do PSol, que aprovou uma federação com a Rede para o próximo processo eleitoral. Entre eles, o prefeito de Belém, Edmilson (PSol), o líder do PT na Câmara dos Deputados, o mineiro Reginaldo Lopes, a presidenta da sigla, Gleisi Hoffmann (PT-PR) e o ex-ministro Aloizio Mercadante.

A primeira parte do evento ficou marcada por discursos de dirigentes da Rede em diversos estados do país. Todos que falaram demonstraram apoio entusiasmado ao ex-presidente, reforçando a importância de que o partido oficialize uma união com Lula ainda no primeiro turno. Os participantes do evento entregaram ao petista um documento com uma série de propostas. Clique e faça o download da íntegra.

Edição: Felipe Mendes