Um estudo realizado por três pesquisadores brasileiros a partir de dados abertos da Agenda Oficial da Presidência mostra que o presidente Jair Bolsonaro (PL) trabalhou menos de 6 horas por dia desde o início de seu governo. O levantamento também mostra que Bolsonaro vem trabalhando cada vez menos diariamente desde que assumiu o mandato. Em 2019, a média era de 5,6 horas e, em 2022, ela passou para 3,6 horas.
Os pesquisadores Dalson Figueiredo (UFPE/Oxford), Lucas Silva (Uncisal) e Juliano Domingues (Unicap) afirmam no artigo intitulado “Deixa o homem trabalhar?” que Bolsonaro gasta mais tempo em almoços do que em trabalho. O chefe do Executivo nacional gasta 1,3 horas em almoço e menos de 1 hora com ministros de estado.
Leia mais: Bolsonaro encerrou expediente antes das 18h em 85% das sextas-feiras de 2021
O estudo compara a carga horária do homem que exerce o principal cargo do país e a de trabalhadores e funcionários públicos. Bolsonaro trabalha 18 horas a menos que um trabalhador regido pela CLT e 14 horas a menos que um servidor público federal da administração direta.
Sextou!
Segundo a pesquisa, sexta-feira é o dia da semana que o presidente da República menos trabalha: são apenas 4,3 horas de trabalho. "Isso significa que o número de horas de trabalho no último dia útil da semana é sistematicamente diferente da quantidade de horas trabalhadas em um dia normal, o famoso 'sextou'", afirmam os pesquisadores.
No auge da pandemia da covid-19, Bolsonaro participou de apenas cinco eventos envolvendo explicitamente o tema da vacina, com duração média de 0,9 horas por compromisso, totalizando 4,3 horas, o que equivale a três almoços do presidente.
No artigo, os pesquisadores lembram que não foram contabilizadas as férias de Bolsonaro e que é direito de todo cidadão brasileiro o acesso à agenda presidencial, já que a mesma é uma instituição de Estado, e não de governo. Eles salientam também que os compromissos oficiais da Agenda Presidencial representam apenas uma parte do trabalho total do chefe do Executivo.
Fonte: BdF Rio de Janeiro
Edição: Mariana Pitasse